ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 13-5-2013.
Aos treze dias do mês de
maio do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Derly, Jussara Cony, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Luiza
Neves, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À
MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 137/13 (Processo
nº 1466/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel; e o Projeto de Resolução
nº 005/13 (Processo nº 0974/13), de autoria do vereador Márcio Bins Ely. Após,
foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Delegado Cleiton,
solicitando, nos termos do artigo 218, inciso II, do Regimento, Licença-Luto do
dia sete ao dia quatorze de maio do corrente. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício
nº 156/13, da senhora Severine Carmem Macedo, Secretária Nacional de Juventude.
A seguir, por solicitação do vereador Pedro Ruas, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma a transexual morta ontem em Porto
Alegre. Em prosseguimento, o
senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Eunice da
Silva Brochier, Presidenta da Associação dos Agentes Fiscais da Receita
Municipal de Porto Alegre – AIAMU –, que discorreu sobre as metas de
arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN – do ano de
dois mil e doze e sobre o Sistema Integrado de Administração Tributária. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Reginaldo
Pujol, Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro, Fernanda Melchionna, Clàudio
Janta, Jussara Cony e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea “f”, do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador
Idenir Cecchim. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto
Ferronato, Airto Ferronato e Mauro Pinheiro. Na oportunidade, foi apregoado
Requerimento de autoria do vereador Mauro Pinheiro, solicitando seja convidado
o senhor Roberto Bortoncini, Secretário Municipal da Fazenda, para prestar
esclarecimentos referentes aos problemas enfrentados por essa Secretaria com a
implantação do Sistema Integrado de Administração Tributária, ocorrida no mês
de setembro do ano de dois mil e doze. Após, o senhor Presidente concedeu a
palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Eunice da
Silva Brochier. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha, Tarciso Flecha Negra e Nereu
D’Avila e a vereadora Jussara Cony. Às quinze horas e quarenta e oito minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
quarenta e nove minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a vereadora
Séfora Mota. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se a vereadora Fernanda
Melchionna, em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas, e o vereador Professor
Garcia. Na oportunidade, a vereadora Séfora Mota formulou Requerimento verbal,
deferido pelo senhor Presidente, solicitando a retirada de termos de seu
pronunciamento em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se
a vereadora Fernanda Melchionna.
Às dezesseis horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foram apregoados os seguintes
Memorandos, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: nº 030/13, de autoria do vereador
Márcio Bins Ely, no dia quinze de maio do corrente, no Ato Público pela Revisão
da Dívida dos Estados e Municípios com a União, no Plenário da Ordem dos
Advogados do Brasil, em Brasília – DF –; e nº 043/13, de autoria da vereadora
Sofia Cavedon, hoje, no lançamento dos Jogos Escolares do Rio Grande do Sul, no
Colégio Estadual Protásio Alves, em Porto Alegre. Também, foi apregoada a
Emenda nº 02, de autoria do vereador Waldir Canal, Líder da Bancada do PRB, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 016/09 (Processo nº 0684/09), e foi aprovado
Requerimento de Sua Senhoria, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do
envio para apreciação de Comissões Permanentes. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 091/13 (Processo nº 1500/13). Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 002/13 (Processo nº 0475/13), por
vinte e três votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pela
vereadora Fernanda Melchionna e pelos vereadores Reginaldo Pujol, Engº
Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Valter Nagelstein e João Carlos Nedel, em
votação nominal solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim
os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Luiza Neves, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal, votado Não a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador
Pedro Ruas e optado pela Abstenção a vereadora Lourdes Sprenger. Na
oportunidade, o vereador Marcelo Sgarbossa efetuou verbalmente Declaração de
Voto ao Projeto de Lei do Executivo nº 002/13, tendo o senhor Presidente
determinado que essa Declaração de Voto fosse encaminhada por escrito. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
101/12 (Processo nº 1363/12). Ainda, a vereadora Fernanda Melchionna efetuou
verbalmente Declaração de Voto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 101/12,
tendo o senhor Presidente determinado que essa Declaração de Voto fosse
encaminhada por escrito. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 176/12 (Processo nº 2327/12), após ser discutido pelos
vereadores Valter Nagelstein, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim e
Alberto Kopittke e encaminhado à votação pela vereadora Sofia Cavedon. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 066/13 (Processo nº 1062/13). Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 095/13 (Processo nº 1569/13), após ser
encaminhado à votação pelo vereador Alberto Kopittke e pela vereadora Sofia
Cavedon. Às dezessete horas e cinquenta e um minutos, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se o vereador
Bernardino Vendruscolo e a vereadora Sofia Cavedon. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
132 e 090/13, este discutido pelos vereadores Alberto Kopittke, Sofia Cavedon e
Dr. Thiago, o Projeto de Resolução nº 012/13, discutido pelo vereador Elizandro
Sabino; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 184/12. Ainda, o vereador Alceu Brasinha
manifestou-se durante o período de Pauta. Durante a Sessão, o vereador
Mario Fraga manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e
trinta e nove minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago e Bernardino
Vendruscolo e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada
a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores
1º Secretário e Presidente.
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr.
Presidente, estamos comemorando o Dia Mundial de Combate à Homofobia, portanto,
estamos na Semana Nacional de Combate à Homofobia. E os jornais eletrônicos
registraram agora, através do G1 e tantos outros, que nessa madrugada, no
Parque da Redenção, foi assassinado um travesti, de nome Vera, numa ação
altamente homofóbica de skinheads.
Não conheço a pessoa, mas fiquei muito chocado. Várias entidades me
telefonaram, e é uma péssima maneira de começar a Semana de Combate à
Homofobia. Eu peço a V. Exa. que façamos um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Atendido o pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos à
A Sra. Eunice da
Silva Brochier, representando a Associação dos Agentes Fiscais da Receita
Municipal de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo à Revisão das metas de arrecadação do
ISSQN de 2012 e o Sistema Integrado de Administração Tributária (SIAT).
A SRA. EUNICE DA SILVA BROCHIER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, boa-tarde a todos. A Aiamu –
Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre – ocupa a
Tribuna Popular na tarde de hoje para esclarecer alguns fatos a respeito dos
problemas do SIAT – Sistema Integrado de Administração Tributária –, que foi um
dos responsáveis pelo déficit de arrecadação do Município de Porto Alegre em
2012, coisa que não acontecia desde 2004.
Como os senhores já
devem saber, desde julho de 2012, quando a ferramenta unificou plataformas,
ocorrem falhas no Sistema que impedem a inclusão de imóveis novos e a revisão
dos já existentes. Já passam de sete mil os processos parados em oito meses, o
que impede o lançamento e a cobrança do IPTU. Os mais prejudicados são os
contribuintes que não conseguem Certidão Negativa, não conseguem inscrição no
IPTU para a obtenção de financiamentos e a aprovação de projetos na SMOV.
Novos problemas
surgem no ISSQN, como os pagamentos em duplicidade, que não ficam registrados.
Se o contribuinte perder suas guias não poderá compensar ou obter a devolução
desses valores.
Segundo o Secretário
Municipal da Fazenda, isso pode ser considerado normal ou esperado em um
Sistema dessa complexidade. Ele garante que, com o empenho de todos, os
problemas serão solucionados. O que os senhores talvez não saibam é que, em 26
de junho de 2012, esse documento foi entregue à gerência da sede de Gestão
Tributária (Mostra documento.), assinado por vários colegas Agentes Fiscais que
atuam no Setor de IPTU, apontando falhas no Sistema, 20 dias antes de sua
implantação, e que confirmam que o SIAT foi implantado sem que tivesse sido
devidamente testado, corrigido e validado.
Caro Ver. Idenir
Cecchim, se não tivéssemos capacidade para entender, analisar e interpretar o
Sistema, teríamos identificado as suas falhas mesmo antes de sua implantação?
Saiba, nobre Vereador, que é justamente o contrário. A maior parte do Sistema
que está funcionando deve-se muito ao esforço e à dedicação dos técnicos da
Fazenda. Vários colegas foram desviados das funções que ocupam dentro da
Secretaria para ajudar e acompanhar o trabalho da Consult durante meses, inclusive com várias viagens à Curitiba, onde fica
a sede da Empresa.
Apesar de os problemas
do Sistema – e mesmo sem importantes ferramentas tecnológicas, como a Nota
Fiscal Eletrônica –, conseguimos alcançar um crescimento nominal do ISSQN de
9,25% em 2012. Praticamente idêntico ao desempenho do ICMS, de 9,62%, que foi
festejado pelo Estado, ficando à frente de cidades como o Rio de Janeiro, que
cresceu 8,9% e que possui Nota Fiscal Eletrônica de Serviços há mais de dois
anos. Mantivemos, ainda, a arrecadação do ITBI como uma das maiores entre as
capitais brasileiras.
Outro fato que possivelmente
a maioria dos senhores desconhece é que a queda na arrecadação do IPTU,
provocada pelo SIAT, somada ao mau desempenho da economia, que resultou em um
PIB real de 0,89%, levou ao não atingimento das metas de arrecadação que servem
de base para o pagamento da gratificação de resultados fazendários e para a
programação orçamentária GRFPO, que recebem os servidores da Secretaria
Municipal da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Município e do Gabinete de
Programação Orçamentária.
O Secretário
Municipal da Fazenda, como o principal responsável pela estipulação, apuração e
ajuste dessas metas, decidiu corrigir as mesmas somente em função dos problemas
do SIAT e não em função do PIB. A diferença entre o PIB estimado de 3,3%
utilizado na projeção das metas e o PIB realizado de 0,89% chega a 370% no ano
de 2012. O próprio Secretário declarou em jornal que “a arrecadação de tributos
próprios foi negativamente impactada pela desaceleração da economia, que
encerrou 2012 com um crescimento do PIB de apenas 0,89%”.
Portanto não estamos
reivindicando correção das metas por pequenas variações do PIB que acontecem
anualmente. Diferenças significativas como essa só aconteceram em 2008 e 2009,
quando o então Secretário da Fazenda, Cristiano Tatsch, revisou as metas automaticamente,
sem causar nenhum prejuízo ao ambiente de trabalho proativo criado a partir de
2005, que restabeleceu o diálogo e a parceria e nos levou a bater recordes de
arrecadação até janeiro de 2012. A não revisão das metas de arrecadação do
ISSQN em função do PIB ocasionou uma diminuição no valor da GRFPO em torno de
15%, e consequentemente uma redução em nossos salários no primeiro quadrimestre
de 2013. Essa mesma correção de metas de arrecadação do exercício de 2012, em
função do PIB, já foi feita inclusive em nível Estadual e Federal.
Apesar desse
desestímulo, nós, agentes fiscais, continuamos desempenhando nossas funções com
o empenho e a dedicação que a Cidade e o cidadão de Porto Alegre merecem, pois
como carreira de Estado que somos, sabemos que nossa obrigação maior é para com
eles. Prova disso é que fechamos o primeiro bimestre de 2013 com um atingimento
de 99,26% nas metas de arrecadação.
Em março deste ano
tivemos o ingresso de 20 novos colegas agentes fiscais, pessoas qualificadas
que buscam o melhor em termos de colocação no serviço público. Porém, como
demonstramos em trabalho entregue ao Secretário Municipal da Fazenda, no início
de 2012, Porto Alegre, apesar de ser a 5ª capital em arrecadação per capita, está em 11º lugar em termos
de remuneração dos agentes fiscais. Neste ano que enfrentamos o primeiro
déficit orçamentário dos últimos oito anos e que buscamos ferramentas para
melhorar a arrecadação e incentivar a permanência dos novos colegas, não
podemos deixar de lembrar, neste momento, que Porto Alegre carece da Lei
Orgânica da Administração Tributária Municipal, uma obrigação constitucional
que, a exemplo da Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Município, trará mais autonomia e segurança para o desempenho das funções dos
Agentes Fiscais da Receita Municipal. E, certamente, será um elemento de
alavancagem na arrecadação de tributos próprios do Município. Ontem, o Projeto
de Lei Orgânica elaborado por um Grupo de Trabalho, nomeado pelo Prefeito José
Fortunati, através da Portaria nº 173/2012, está em Anais na Secretaria
Municipal da Fazenda, desde setembro de 2012. Por isso aproveitamos esta
oportunidade para pedir, mais uma vez, o apoio dos senhores para agilizar este
Processo.
Reflitam Senhores
Vereadores, se nas condições atuais conseguimos superação para atingir os
índices de incremento da receita já citados, do que seremos capazes em parceria
com a Administração, ao abrigo da Lei Orgânica da Administração Tributária
Municipal e com as ferramentas tecnológicas implantadas e funcionando corretamente.
Finalizamos, colocando-nos à disposição dos Senhores Vereadores para
informações e esclarecimentos técnicos que julgarem necessários para o completo
entendimento das questões apresentadas nesta Tribuna pela Aiamu. Muito
obrigada, boa-tarde. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Sra. Eunice. Convido-a para fazer parte da mesa dos
trabalhos.
O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, ao
mesmo tempo em que saúdo a Presidente da Associação por nós admitida nesta
Tribuna Popular, eu quero ressaltar a complexidade do assunto que a trouxe
aqui, que merece um aprofundamento, inclusive no atendimento do apelo final
feito na sua proclamação. Eu sou Presidente da Comissão de Constituição e
Justiça da Casa, e vejo que nós estamos diante da discussão em torno do
cumprimento de Leis aqui aprovadas, que são, no caso, questionadas na sua
aplicação. Então, queria desde já pegar a sua concordância, e amanhã proporia
para a Comissão para, dentro de uma semana ou duas, ouvi-la na Comissão num
ambiente mais restrito, inclusive com a presença do Vereador-Presidente dos
trabalhos, que é parte integrante da Comissão, e todos nós, num ambiente onde é
preciso discutir mais claramente todos esses assuntos complexos que a senhora trouxe à
nossa consideração, que não são por nós desconhecidos, até porque a Lei nasceu
aqui dentro da Casa, há algumas referências de aplausos em torno delas, outras de
certa crítica. Sei lá se a Lei precisa ser modificada, alterada, se a coisa se
resolve na aplicação dela, e aí nós teríamos condições de, reconhecendo
equívoco nesse particular, atender o seu apelo e nos colocar ao lado da
Associação na busca do perfeito atendimento dela. Fico grato pela sua presença
e a cumprimento pela forma didática com que apresentou a proposição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. IDENIR
CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente,
baseado no que dispõe o art. 94, § 1º, f, do Regimento, solicito o direito
de ir à tribuna para responder.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Pois não, Vereador, eu defiro o seu Requerimento,
até porque não tenho o teor agora, mas sei que é garantido ao Parlamentar a
oportunidade de fazer os devidos esclarecimentos.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Tempo
Especial.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. Sra. Presidente,
obrigado pela presença aqui e obrigado por ter citado um discurso meu aqui da
tribuna, que foi interpretado um pouquinho diverso do que eu disse. Mas temos
que falar quando se é criticado e quando é elogiado também, e estou muito à
vontade, porque, muitas vezes, elogiei a Associação.
Quando eu estava ausente – a senhora imaginou que
eu não estivesse presente –, eu fui buscar os dados, porque eu também me
informo sobre essas coisas. Eu sou a favor do PPR em todas instâncias, não só
na Fazenda e no GPO; que a produtividade aconteça na SMOV, na SMURB, na Saúde,
em todas as Secretarias. Infelizmente, aqui na Câmara de Vereadores, não dá
para fazer isso, mas quando eu me referi ao SIAT, eu disse que tinha que se
fazer mais treinamentos para atingir as metas. Se houvesse problema no SIAT,
que treinassem para que se interpretasse bem. Agora, eu só acho que essa
Gratificação de Resultados Fazendários e Programação Orçamentária, ela vale
quando atinge a meta e quando ultrapassa a meta, inclusive. Quando ultrapassa a
meta, recebe. Então, quando a meta não é atingida, não tem que repor.
Certamente, no próximo semestre ou no próximo trimestre ou no próximo ano, vão
ultrapassar a meta. Se houve um recurso represado em função do Programa, esse
recurso que deixou de entrar virá para o Município, até porque eu acredito na
competência dos agentes fiscais do Município. Eu acredito, são competentes!
Então, vão buscar tudo aquilo que não veio em função do Sistema.
Eu conheço a obrigação dos agentes e eles sempre as
cumprem. Eu acho que tem que ser cumprido o que se estabeleceu, o que se votou
aqui na Câmara dos Vereadores, porque é um benefício para a Cidade. Claro, é um
benefício para os agentes, que muitas vezes é maior do que o de outras
categorias do Município. Eu já fui Secretário e também gostaria que os fiscais
da SMIC tivessem esse mesmo tratamento e não tiveram, já que todos os fiscais
fazem um trabalho igual ou quase igual – eu não sei medir isso. Então, eu não
quero tirar de quem já conseguiu, só que as metas são para serem cumpridas; se
não foram cumpridas em função do SIAT, que está sendo elaborado e que vai
trazer benefícios – tenho dados aqui que se chegou a 87,56%; que em 2012 se
alcançou 0,87, uma diferença de 2,43%, que deveriam ser recuperados –,
certamente, com competência, essas divisas que deixaram de entrar, entrarão.
Agora, cada vez que há uma oscilação na
arrecadação, seja em função de A ou de B, ou em função de uma ferramenta que
não funcionou direito no 1º ou 2º semestres, ela tem que ser recuperada com o
trabalho competente dos agentes fiscais. Então, só para deixar esclarecido que
aqui não se fez ataque a ninguém e não se chamou ninguém de incompetente; ao
contrário, eu disse que tinham que treinar mais junto com o SIAT, e continuo
achando. Se já está melhorando, se os funcionários já foram treinados, foi
muito bem-feito, têm que treinar mesmo! Têm que sair das funções que exerciam e
fazer o treinamento; se é para modernizar, é para modernizar, inclusive os
funcionários. É função do Executivo e do Legislativo preparar os funcionários.
Então, que se faça isso para que se recuperem as finanças. Quando se
recuperarem as finanças, certamente se recuperará o pagamento do salário que
falta – não sei se é salário ou são benefícios que essa Lei permite para os
agentes fiscais. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sra. Eunice e todos
os servidores da Fazenda do Município que aqui estão. Em primeiro lugar, acho
que nós precisaríamos fazer muitos encontros com os representantes da Fazenda
do Município de Porto Alegre. Eu, por exemplo, não aceito o vencimento do IPTU
com desconto no primeiro dia útil de janeiro; eu, por exemplo, não aceito que
entreguem a guia do ITBI, valorando em quase 50% a mais do valor negociado,
como aconteceu na semana passada, sem a mínima justificativa. Entregar uma guia
do ITBI com valor majorado – pelo entendimento do técnico, que eu não quero
discutir –, sem uma justificativa, não dá para aceitar! Também não dá para
aceitar aquilo que chegou ao meu conhecimento há um tempo, de que os servidores
da Fazenda que saíam para fazer diligências, tinham que voltar para a Fazenda
para assinar o ponto, para justificar que estavam trabalhando, quando, muitas
vezes estavam longe, com dificuldade até para voltar. É inadmissível isso!
Também não aceito a ideia de que seja cobrado o ISS das empresas que locam mão
de obra – locação de mão de obra, não é terceirização – que o ISS é cobrado
sobre a fatura como um todo. Isso é inconcebível! Por isso, Sr. Presidente, V.
Exa. que é do Partido do Governo, não dá mais para nós aguardarmos. Nós precisamos
fazer vários encontros com a Fazenda para acertarmos alguns detalhes. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Presidente, obrigado. Falo em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, composta pelos Vereadores Engº Comassetto, Alberto Kopittke,
Sofia Cavedon e Marcelo Sgarbossa. Sra. Eunice, cumprimento-a, assim como os
funcionários da Fazenda. Digo que é com grande estima que a escutamos dessa
tribuna, porque eu, por diversas vezes, tenho subido nesta tribuna para falar
sobre o Sistema Integrado de Administração Tributária, o SIAT, que não funciona
e o que gostaríamos de entender. Este Vereador já fez duas representações,
tanto no Ministério Público de Contas como no Ministério Público Estadual – as duas representações estão em andamento –, devido a esse sistema que
foi comprado por mais de R$ 5 milhões. Nós sabemos que o sistema não é bom, não
funciona. Isso foi em 2005, quando foi tirado o direito da PROCEMPA, que é a
empresa que deveria desenvolver esse sistema, porque a Prefeitura tinha
urgência e deu um prazo muito exíguo para a PROCEMPA realizar. Nós sabemos que
a implantação do sistema foi, agora, em 2012, de forma açodada, um sistema que
não funciona e que prejudica a sociedade porto-alegrense e os funcionários da
Fazenda. Nós temos vários relatos de funcionários da Fazenda, eles já nos
passaram diversas manifestações. Nós não conseguimos entender por que a Prefeitura
já gastou mais de 5 milhões e, agora, a PROCEMPA fecha um novo contrato com
essa empresa, que desenvolveu o SIAT, por mais 4 ou 5 milhões, o que vai dar um
total de quase R$ 12 milhões por um sistema que está prejudicando a sociedade
porto-alegrense, prejudicando os funcionários; isso não pode ficar assim! Os
funcionários estão sendo prejudicados pela má gestão do Secretário da Fazenda
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que contrata um sistema que não tem
como funcionar, que não funciona como deveria funcionar, com um investimento
altíssimo.
Portanto, Sra.
Eunice, Presidente da Aiamu, eu estou apresentando um Requerimento, Ver. Dr.
Thiago, nosso Presidente, que solicita seja convidado por esta Casa
Legislativa, o Sr. Roberto Bertoncini, Secretário da Fazenda do Município, para
prestar esclarecimentos referentes aos problemas enfrentados pelo sistema
municipal da Fazenda com a implantação do Sistema Integrado de Administração
Tributária – SIAT. Entrego, agora, ao Presidente o Requerimento e peço aos Srs.
Vereadores que nos ajudem a trazer o Secretário a esta Casa para prestar os
esclarecimentos devidos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Mauro
Pinheiro entrega o Requerimento ao Presidente.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente;
Eunice, Presidente da Aiamu; colegas Fiscais de Tributos que nos dão a honra
com as suas presenças na tarde de hoje, eu tenho acompanhado esse tema bastante
de perto. E quero dizer que, desde já, estamos nos filiando à posição do Ver.
Pujol no sentido de que já se faça uma reunião na Comissão de Constituição e
Justiça, que é um momento rico para se debater o tema. Nada contra o Requerimento
do Ver. Mauro Pinheiro para que se convide o Secretário para estar aqui
presente.
Por outro lado, quero
dizer que eu sou da Fazenda. Todos sabem que já trabalhei por diversos anos no
Ministério da Fazenda; trabalhei e me aposentei na Secretaria da Fazenda do
Estado; e tenho uma convivência muito próxima, parceira e amiga com a
Secretaria Municipal da Fazenda. Portanto, sei da complexidade do tema e quero
dizer que discordo da posição do Ver. Cecchim quando fala em revisar metas. Sou
favorável a uma meta que seja pragmática e bem definida – esta é a meta,
concordo com Vossa Excelência. Agora, a questão é – e aí está o nosso imbróglio
todo, é a partir daí que começa a grande discussão na Fazenda do Estado – a
meta de gratificação variável. Por quê? Porque a diferença do PIB previsto para
o PIB real, amigo Ver. Cecchim, foi muito grande. Eu concordo com os servidores
da Fazenda no sentido de que a meta se tornou inatingível – e sou Líder do
Governo! – pelo tamanho da diferença entre o que esteve previsto como meta e a
nossa meta real. Mas nós também precisamos compreender o outro lado da questão,
que é a questão de Governo. Por isso que eu acho extremamente interessante a
posição do Ver. Pujol: vamos fazer uma reunião aqui, na Comissão de
Constituição e Justiça – estaremos presentes, certamente – para verificar como
podemos continuar essas conversações.
Sei que o Ver.
Thiago, nosso Presidente, está bastante envolvido, esteve desde o início; sei
que todos nós, Vereadores, estamos envolvidos no tema porque a Fazenda é o
pulmão da Administração Pública. Se a Administração Pública não capta os
recursos necessários para a gestão, certamente nenhum dos serviços será
prestado com a qualidade com que se pode prestar.
Por isso estou aqui,
sem discutir o mérito, dizendo da importância e da aceitação por todos nós da
proposta encaminhada pelo Ver. Pujol. Nada contra a proposta do Ver. Mauro
quando pede a vinda do Secretário, que certamente estará conosco. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; queria cumprimentar a Sra. Eunice, assim como os
Agentes Fiscais que estão aqui, na tarde de hoje, na Câmara Municipal. Quero
dizer da importância dos temas que trouxeste para nós na Tribuna Popular da
tarde de hoje. Na verdade, nós estamos muito preocupados com uma informação
fundamental que a senhora nos trouxe: boa parte do déficit na arrecadação do
IPTU, no ano de 2013, se deveu ao sistema SIAT. Nós sabemos que o sistema SIAT
foi contratado por R$ 6 milhões, e que uma nova contratação está sendo feita
neste momento, o que pode levar a totalizar R$ 12 milhões pagos com o dinheiro
do povo da nossa Cidade por um sistema que não só não funciona, como causa
problema na arrecadação do Município. E aí nós temos a questão dos
investimentos do Município, a questão dos próprios municipários, que têm
data-base neste momento em que a Prefeitura diz que, em função do déficit, vai
ser difícil garantir aumento; a questão da gratificação, que a senhora trouxe
para nós. Então, isso, na verdade, é muito grave, é gravíssimo!
Queria parabenizar a
atuação da Associação e, ao mesmo tempo, endossar o Requerimento do Ver. Mauro
Pinheiro. O Secretário deve explicações a esta Casa e, sobretudo, ao Município
de Porto Alegre: por que pagar R$ 12 milhões por um sistema que não funciona?
(Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Sr.
Presidente. Eu trago aqui a minha experiência de dirigente sindical,
principalmente quando tratamos das questões da participação nos lucros e
resultados com as empresas. Muitas vezes, nós temos que buscar isso na Justiça
porque as empresas impõem metas inatingíveis, que jamais os trabalhadores,
mesmo dobrando a venda, mesmo dobrando a produção, alcançarão. Então, é uma
forma de iludir as pessoas, é uma forma de iludir os trabalhadores botarem
metas e não darem as ferramentas para que essas metas sejam atingidas. Isso é
impossível, é como dizer que uma empresa que produzir um milhão de carros dará
um carro para cada um dos trabalhadores, quando, na verdade, ela não vai
conseguir vender nem cem mil carros. Estão iludindo as pessoas! Não podemos ter
os trabalhadores da nossa Cidade iludidos por metas impraticáveis, metas que
jamais serão alcançadas. Então que não deem participação nos lucros e
resultados, que vejam outra forma; o que não pode é pregar-se uma ilusão,
pregar-se que as pessoas terão, no final do ano, no final da gestão, um
dinheiro que jamais será possível porque as metas são inalcançáveis.
Nós achamos positivo
o encaminhamento dado pelo Líder do DEM no sentido de reunir a Comissão de
Constituição e Justiça e chamar aqui o Secretário da Fazenda para nós termos
esses esclarecimentos. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA CONY: Eu queria iniciar
cumprimentando a Eunice da Silva Brochier, Presidente da Associação dos Agentes
Fiscais da nossa Receita Municipal, pela vinda a esta Tribuna Popular, trazendo
um assunto de interesse de todos nós, fundamentalmente daqueles que pagam
impostos para serem revertidos em políticas públicas com qualidade. Acho que o
significado da Fazenda para a gestão pública e dos seus trabalhadores... e acho
que ninguém melhor do que os trabalhadores para propor uma revisão de metas.
São vocês que trabalham com o olhar daquele que tem a responsabilidade de,
inclusive, orientar a gestão pública, apontar para onde deve ir aquilo que é
arrecadado do ponto de vista das políticas públicas de qualidade e eficiência.
Outro aspecto que
acho importante é o da infraestrutura necessária para garantir a aplicação
devida do dinheiro público. Aí entra essa relação de como os trabalhadores do
Quadro são encarados para serem aqueles que dão sustentáculo ao gestor para que
ele faça sua gestão com transparência, com qualidade.
Um outro aspecto
também é a questão do investimento público e não o desmonte. Nós temos que
investir e não desmontar porque o desmonte sempre significa encaminhar para a
desestruturação e para que o público vire privado com interesses que não os da
população e nem dos servidores de quadro de qualquer gestão – não estou falando
apenas de uma gestão, mas neste momento estamos falando de Porto Alegre, da
nossa cidade.
Quero parabenizar vocês, acho que o encaminhamento
feito aqui é o correto. E, sem dúvida, esta Câmara Municipal, por tudo que
vocês estão ouvindo neste momento, estará, a partir já do nosso Presidente, à
disposição para esse processo conjunto. Afinal, é a cidade de Porto Alegre que
vocês estão querendo aqui dizer que querem gerir e ser sustentáculo para uma
gestão eficiente. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Eu quero, em meu nome da minha Bancada do Partido Progressista – Ver.
Guilherme Socias Villela e Ver.ª Mônica Leal –, agradecer e dar as boas-vindas
à Presidente da Aiamu, que vem aqui sempre trazer esclarecimentos a esta Casa.
Gostei muito quando a senhora falou duas palavras: diálogo e parceria. Nós
precisamos de diálogo, porque os agentes fiscais da Fazenda são especialíssimos
na gestão de Porto Alegre, no desenvolvimento de Porto Alegre, porque nós
dependemos da arrecadação dos impostos para retribuir à sociedade em serviços.
Sei que há essa dificuldade na revisão das metas da arrecadação para fins da
gratificação de resultados fazendários. Acho importante essa solução, esse
diálogo, essa parceria, porque nós, eu sou Vice-Presidente da Comissão de Finanças,
estamos extremamente preocupados com a redução da Receita que houve no ano
passado; estamos preocupados com o déficit operacional da Prefeitura de R$ 59
milhões, isso tem de ser revertido o mais breve possível. Estamos sabendo que o
Sistema Integrado de Administração Tributária está em andamento, reconheço que
está muito lento, e é um dos motivos também de dificuldade na arrecadação. Fico
satisfeito em ver que, finalmente, ao que me consta em julho, vai sair a Nota
Fiscal eletrônica, que também está prejudicando a nossa arrecadação.
Eu acredito muito nessas duas palavras: parceria e
diálogo. Acho que vai chegar a um bom termo esse entendimento. Muito obrigado
pela sua presença; volte sempre!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a minha pretensão era falar apenas
uma vez, mas a partir do momento em que ouvi a Ver.ª Fernanda Melchionna,
retorno à tribuna. Repito: desde 1975, quando eu estava no Ministério da
Fazenda, era chefe do setor de computação, sei das dificuldades que temos
quando implantamos novos sistemas de informática. A Vereadora começou falando
nos 6 milhões mais 6 milhões; é verdade, mas acontece que em outras capitais
brasileiras o valor da aquisição foi bem maior, muito maior. Por outro lado, só
para citar, lá em 1994 – sou Vereador desde 1989 –, já se falava, na Secretaria
da Fazenda, sobre a necessidade de um sistema integrado de administração
tributária. Ora, se já se falava da necessidade, imaginemos hoje, nada mais
nada menos que quase 20 anos depois. Para se ter uma ideia, esse sistema
substitui 19 sistemas, isoladamente, que existiam na Fazenda Municipal. E todos
nós, da fiscalização, da arrecadação, da tributação, compreendemos que não é
possível se manter caixinhas isoladas, cada uma com uma informação, na maioria
das vezes, diferente. O Sistema Integrado é uma ferramenta necessária, urgente
e indispensável para a Fazenda. Que aconteceram problemas, claro, o Governo
reconhece. E concordamos; a maioria deles detectados pela Fazenda,
essencialmente pela Receita Municipal. Só para termos uma ideia, foram
transferidos para esse sistema nada mais nada menos do que 901.630.856
registros! Isso dá uma ideia do tamanho do problema e da responsabilidade que
nós, fiscais, temos na condução desse serviço. Aconteceram problemas, sim. O
Governo está preocupado e buscando agilização, sim, para isso. Portanto, só
quero registrar que isso aconteceu: parceria e diálogo. Parabéns à nossa
Presidente pelo que diz, e parabéns a todos vocês que aqui estão discutindo
esse tema que, repito, é o pulmão da gestão pública. Obrigado e um abraço.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sra. Eunice, Presidente da Aiamu;
servidores, fui obrigado a pedir liderança – e agradeço aos Vereadores do meu
Partido, tenho certeza que falo em nome de todos eles –, porque sobre o Sistema
Integrado, SIAT, de que eu já tenho falado várias vezes desta tribuna, Ver.
Professor Garcia, e não consigo entender. Eu acho que só mesmo com a presença
do Secretário, para nos dar as explicações necessárias, talvez eu consiga
entender. Desde a licitação desse Sistema, em 2005, quando a PROCEMPA e os
técnicos da Fazenda desenvolviam o sistema, e a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre exigiu que ele fosse terminado num prazo exíguo e a PROCEMPA e os
funcionários da Fazenda disseram que não teriam, naquele prazo de seis meses,
se não me falha a memória, como fazer esse projeto, a Prefeitura abriu uma
licitação onde apareceram duas empresas: uma por cinco milhões e alguma coisa;
e outra por dois milhões. E foi escolhida a de R$ 5 milhões, porque era uma
empresa que tinha as condições de fazer o processo. Isso, em 2005, e ele só foi
implantado em 2012, contra a vontade dos funcionários da Fazenda, porque o
sistema não estava como deveria estar, para um investimento de mais de R$ 5
milhões. Inclusive, Ver. Alceu Brasinha, a Fazenda já havia pagado parte do
sistema e a sua manutenção, quando o sistema sequer estava pronto. Pagaram pela
manutenção de um sistema que não está funcionando, não está rodando. Eu não
consigo entender. É como se o Ver. Brasinha tivesse comprado um carro e, antes
de recebê-lo, já estivesse pagando as suas revisões. É muita bondade da Fazenda
pagar um sistema e sua manutenção, quando ele não funciona, não roda. E esse
sistema, quando teve a licitação, era mais caro do que o outro, mas ganhou
porque tecnicamente era melhor, segundo a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Agora, os funcionários da Fazenda estão sendo prejudicados, porque não cumpriram
as metas. Não cumpriram as metas porque o sistema, a ferramenta de trabalho
deles, não funciona. Eles não têm como incluir no IPTU, por exemplo, os novos
empreendimentos. O sistema não dá garantias a eles que está rodando certo; são
impressos documentos que não são legítimos, não estão de acordo com o que
deveria estar. Eles não se sentem seguros com esse sistema, e a Prefeitura vai
além: contrata sem licitação, novamente, essa empresa por mais R$ 4 milhões, R$
5 milhões, através da PROCEMPA, para tentar agora resolver o problema do SIAT,
que já foi pago e não funciona. Prejudica a Fazenda, o funcionário da Fazenda,
o Município e o cidadão de Porto Alegre, Ver. Tarciso. Por que prejudica?
Porque, se tu fores lá e quiseres algum documento em relação ao teu prédio, à
tua casa, ao teu terreno, a Fazenda não consegue porque o sistema não funciona,
não dá segurança. É isso que nós estamos falando. E agora, a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, através da PROCEMPA, contrata novamente essa empresa
sem licitação e vai dar mais dinheiro, para quê? Para tentar resolver o
problema que estava sendo resolvido pela PROCEMPA e pelos funcionários da
Fazenda com custo zero para o Município de Porto Alegre. Então, fica difícil
para este Vereador entender por que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre é
tão boazinha com o dinheiro público para distribuir benesses.
Há ainda mais, boa parte desses recursos, Ver. Dr.
Thiago, foi pago na época da eleição, em 2012, por um sistema que não
funcionava, por um sistema que deixa dúvidas até o dia de hoje. Tinha-se pressa
nesse sistema em 2005. Nós estamos em 2013, e a Prefeitura já desembolsou mais
de R$ 5 milhões e o sistema não funciona. Eu pergunto: por que a pressa com um
sistema tão caro e que não funciona? Só tem um jeito de nós começarmos a
entender: é com a presença do Secretário da Fazenda aqui neste Plenário para
dar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: ...Então, é necessária, sim, a presença do Secretário da
Fazenda aqui nesta Casa, neste Legislativo, para que os Vereadores possam
exercer a sua função, Ver. ª Fernanda, de fiscalização, e que eles nos tragam
as explicações necessárias do sistema e a respeito dos funcionários da Fazenda,
porque eles estão sendo prejudicados quando não conseguem cumprir as suas
tarefas porque o sistema não lhes dá segurança para realizarem o seu trabalho.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por gentileza, Presidente Eunice.
A SRA. EUNICE
DA SILVA BROCHIER: Eu gostaria de responder novamente para o Ver.
Idenir Cecchim. Quando eu falei da dedicação dos nossos técnicos, eu não estava
falando do nosso treinamento que foi feito 15 dias antes da implantação, na
PUC, no ano passado, em junho ou julho. Eu estava falando de colegas que
ficaram meses acompanhando e orientando. Nós estávamos ensinando os técnicos da
Consult como colocar o nosso sistema dentro do sistema da Consult. Então, é
desse treinamento, desse acompanhamento que eu falei.
Em relação às metas, o senhor disse que elas têm
que ser cumpridas para se receber. Acontece que o PIB foi 370 vezes menor do
que o estimado nas metas – por isso lhe perguntei se o senhor conhecia o
Decreto que regula a GRFPO, que diz que as metas serão revisadas, manda revisar
as metas na ocorrência de casos fortuitos externos, quer dizer, que não tenham
interferência nossa, que não sejam por nossa culpa que ocorreu o não
atingimento das metas. E no caso das metas, por exemplo, do ISSQN, que é o que
não está sendo corrigido pelo Secretário da Fazenda, no ano passado, esse
crescimento nominal aqui que eu lhe dei de 9,25%, se transformarmos em
crescimento real do ISS, chega a 3,4%, muito acima do PIB de 0,89% e também acima
do próprio PIB estimado no início do ano, que era de 3,3%.
A obrigação de revisão está prevista em Decreto e é
em casos fortuitos, quer dizer, nós não estamos reclamando diferenças do PIB
que acontecem todos os anos, varia para mais ou para menos em torno de 50%,
60%; são 370%!
Então, o que o Secretário está fazendo em relação
às metas é descumprindo até o que manda o Decreto, deixando de fazer, porque a
revisão que ele fez em relação ao SIAT é esta: o SIAT tirou do IPTU quase R$ 20
milhões, baixou a arrecadação do IPTU, deixou de ser arrecadado no ano de 2012.
A correção do SIAT não pode ser considerada um caso fortuito, que é o que está
previsto no Decreto, porque o SIAT foi instalado, eu avisei aqui, os colegas
avisaram que não estava pronto para ser instalado, quer dizer, o Secretário, os
gerentes da Fazenda assumiram o risco do que acabou acontecendo, da queda na
arrecadação do IPTU, porque se sabia que havia problemas no módulo do IPTU.
Então essa revisão é obrigatória, teria que ser feita automaticamente, e a
revisão pelo PIB é a que está sendo mandada fazer no próprio Decreto, que, como
eu falei aqui, em 2008, 2009, já aconteceu essa revisão; em 2008, nos tirando
valores – nós iríamos atingir uma supermeta... Para os senhores terem uma
ideia, os agentes fiscais receberiam, naquele ano, em torno de R$ 40 mil de um
excedente de meta! Quando foi tirado esse excedente, foram reajustadas essas
metas em função do PIB muito alto daquele ano, e nós não reclamamos, nós
aceitamos tranquilamente. Em 2009, aconteceu o contrário: deu um PIB negativo
quando se tinha uma previsão de 2,35% do PIB, e o Secretário corrigiu para
cima, como havia corrigido no ano anterior para nos tirar valores,
obrigatoriamente no ano seguinte ele nos corrigiu para compensar o PIB, pois
não estava no nosso alcance produzir muito mais do que aquele PIB negativo que
aconteceu em 2009. E agora se repete em 2012 o caso do PIB, e, mesmo com esse
PIB de 0,89%, nós conseguimos um crescimento real no ISS de 3,4%. Então, não é
que nós não atingimos metas; nós não atingimos metas que ficaram extrapoladas,
inatingíveis por causa da economia.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Presidente Eunice.
Quero saudar aqui a Associação dos Agentes Fiscais
da Receita, todos os que estão aqui, todos os colegas do Município. Quero
trazer uma palavra de colaboração, de contribuição, de auxílio e mediação, se
posso fazer isto agora. Quero dizer ao Ver. Mauro Pinheiro que, como é praxe,
como está no Regimento, o seu pedido vai ser levado à Reunião de Mesa e
Lideranças, mas, como disse o Ver. Ferronato, sem nenhum prejuízo ao seu
pedido; talvez as Comissões possam nos ajudar muito, porque as Comissões desta
Casa acabam assumindo um papel muito importante na mediação dos conflitos.
Quero, se posso, fazer uma solicitação: que nessa
mediação, nessa construção que vai ser feita, ou em Plenário, ou pela Comissão
de Constituição e Justiça, a gente possa ter à disposição, Ver. Ferronato, o
Parecer da Procuradoria do Município nesse sentido. Que a Casa possa ter acesso
a isso, para efetivamente poder mediar de forma justa e de forma correta este
processo, que já se arrasta por alguns meses.
Então, eu peço aos meus colegas – e sempre digo
isto como servidor público do Município – que a gente possa caminhar um pouco
mais nessa mediação, antes de qualquer atitude mais extremada. Muito obrigado;
vocês são sempre muito bem-vindos a esta Casa, em qualquer momento, e façam uso
disto. Nós ficamos à disposição porque esta Casa é também de vocês, a Casa dos
servidores públicos de Porto Alegre. Parabéns pelo trabalho de vocês, que deve
a cada dia mais ser valorizado. Um forte abraço! (Palmas.)
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, quero fazer uma saudação hoje, um agradecimento da cidade de Porto
Alegre pelos 30 anos da Revista Goool. E quero saudar, na figura do José
Aveline Neto, diretor e editor da Revista, também os que estão aqui, como o
Ramon, a Maria Helena, o Álvaro, irmãos; a Regina, a esposa Sandra, a Iara, o
filho Davi e o Jorge Tubino, editor responsável.
Aveline, não poderia começar esta fala sem fazer,
primeiro, uma homenagem ao teu pai. Quero dizer que João Aveline foi uma das
figuras que marcou, e muito, a história da nossa política gaúcha; um pensador,
comunista convicto, com quem eu tive a oportunidade de, durantes muitos anos,
dialogar. Era uma pessoa que, com suas convicções, nunca se dobrou a nenhum
outro movimento; sempre foi em busca de um socialismo de consequência.
Lembro também, Aveline – já falei para ti –, que
somos pais com uma diferença de um dia: o meu filho Felipe nasceu no dia 31 de
março de 1976, e o teu, o Eduardo, no dia 1º de abril de 1976. Conhecemo-nos há
mais de 40 anos, quase 45 anos e, na década do final de 1970, quando terminava
o ciclo de títulos e vitórias do Sport Club Internacional, com três títulos
nacionais; o início de 1980 era de conquista do Grêmio com o título da América
e do Mundial.
Nesse momento, surgia a Revista Goool um mercado
literário ocioso e promissor. O primeiro número, em 1983, foi uma edição
dedicada exclusivamente ao jogador símbolo do Internacional, Valdomiro Vaz
Franco. Dezenas de jornalistas testemunharam e escreveram seus depoimentos
sobre aquele que representou um marco histórico do clube octacampeão gaúcho e
tricampeão brasileiro. Em apenas três dias, 5 mil exemplares esgotaram-se nas
bancas.
No primeiro ano, também o Grêmio conquistou o
América e o Mundial lá em Tóquio. A Revista Goool, como não poderia deixar de
ser, documentou a façanha tricolor nos estádios dos clubes das Américas, bem
como no estádio nacional do Japão. Era o início de uma jornada no mercado
editorial impresso no Rio Grande do Sul – a Revista Goool já era uma realidade.
Os anos se passaram, e muitas outras edições foram
às ruas com sucesso, tais como edição do Grêmio Tetracampeão, Bicampeão da
América, Campeão da Copa do Brasil, a conquista da Copa do Brasil pelo
Juventude, as conquistas da Seleção Brasileira, da Copa do Mundo.
Devemos dizer com orgulho e felicidade que o
editorial da Revista Goool não se restringiu... É por isso que, ao longo desses
30 anos de trabalho, imparcialidade, e ética, e, sobretudo, respeito, esta
Revista é hoje reconhecida por todo o público gaúcho, principalmente o público
desportivo. Então, de forma fraterna, agradeço ao nosso Líder, Ver. Idenir
Cecchim, ao nosso Presidente Valter Nagelstein e à Lourdes, que cederam seus
espaços para que o PMDB pudesse falar e homenagear a Revista Goool.
Bem, então, eu agradeço a todos. Aveline, parabéns,
vida longa, continue com essa vitalidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, parece incrível
que o Regimento nos colocasse nessa amarra, neste momento. O Vereador
proponente da homenagem, Ver. Garcia, de forma muito inteligente, conseguiu
colocar esta homenagem em uma Comunicação de Liderança. Mas me parece, Ver.
Tarciso, que a homenageada, a revista Goool, mereceria um Grande Expediente,
uma Sessão Especial, alguma coisa à altura da bravura que tem sido a luta dos
Aveline de manter, durante 30 anos, essa publicação.
Quem, como eu, tem idade mais avantajada – 73 anos
de idade –, sabe quantas revistas tentaram circular neste Estado e neste País
durante esse período e não conseguiram sobreviver. São raras as revistas, neste
País, que atingem os 30 anos de atividade. E, no caso, a revista Goool,
destinada ao esporte no Sul do País, no Estado do Rio Grande do Sul com,
obviamente, um público-alvo limitado às fronteiras do Rio Grande e, quando
muito, logo ali adiante, Santa Catarina e Paraná, onde a gauchada ainda
continua sendo gremista ou colorada.
Apesar de que eu tivesse me preparado, hoje, para
usar a Liderança para outra finalidade, não tendo outra forma de me solidarizar
com o pronunciamento do Ver. Garcia, uso o Tempo de Liderança do Partido dos
Democratas para saudar essa conquista da revista Goool que consegue, hoje, ser
reconhecida na Câmara de Vereadores pelos seus 30 anos de ação. Eu gostei muito
de ouvir o Garcia, porque ele fez uma referência ao grande fundador da Revista,
situando a sua condição de militante comunista autêntico, sincero, que nunca
obscureceu, nem nos mais duros momentos em que o comunismo estava na
clandestinidade, nunca procurou atingir a sua posição política. Isso ainda que eu seja liberal e tenha posição
antagônica e ideologicamente ao Aveline pai, que é o iniciador de toda essa
jornada, eu, que tenho essa posição antagônica tenho condições de atestar a
bravura, a lisura e até a honestidade com que o Aveline conduzia essa revista –
uma consequência até da sua forma autêntica de viver. Então, hoje, com a presença
do seu filho entre nós, quero prestar, de certa forma uma homenagem póstuma à
figura do fundador da revista, e de outra àqueles que como seu filho e sua
filha, que continuaram com a Revista e haverão de levá-la muito tempo adiante.
Vida longa para a nossa revista Goool, com a certeza de que ela é um patrimônio
hoje dos gaúchos, especialmente dos que são vinculados de coração ao esporte, a
um determinado clube – como o Brasinha, ao nosso glorioso Grêmio – e
evidentemente a todos nós que sabemos da importância do esporte, bem ressaltado
pelo Ver. Garcia, bem programado na homenagem. Colocamos e afirmamos, como
Democratas, o nosso reconhecimento ao homenageando, ao fundador da Revista e
àqueles que seguiram essa trilha de sucesso e que haverão, com toda a certeza,
alongar mais ainda a sua existência, retratando com fidelidade, lisura e
honestidade, o esporte no Rio Grande do Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, quero parabenizar o
Ver. Professor Garcia pela proposição dessa homenagem a uma revista que
completa 30 anos no dia 04 de maio, porque, na realidade, hoje, para mim, a
revista tem 10.966 dias, Aveline. Costumo dizer que essa Revista que tanto tem
feito história no Rio Grande do Sul é melhor do que a Revista Placar no Brasil
todo, porque a revista Goool representa um documento para o torcedor gaúcho,
principalmente para aquele torcedor gremista que viveu aqueles anos 80, de
glórias, quando o Grêmio deu uma aula de futebol para o mundo, consagrando-se
Campeão da Libertadores, Campeão do Mundo. Ali, tem a história toda do Grêmio.
Eu reconheço na Revista Goool a melhor revista já vista em esporte no Rio
Grande e talvez no Brasil e no mundo. Ela tem a nossa tradição gaúcha. Eu quero
reconhecer o querido Jornalista Aveline, por ter a qualidade de dirigir essa
revista até hoje, porque um cidadão que tem uma pequena empresa, para se manter
30 anos nesse mercado, é porque ele é bom. Por que nenhuma revista chegaria a
30 anos de idade se não fosse uma revista boa, séria, com honestidade e que faz
acontecer; talvez, faça acontecer muito mais que qualquer jornalista de outras
empresas grandes, por quê? A Revista Goool dá essa oportunidade de mostrar a
história do clube, dá a oportunidade de mostrar a história do atleta, da
oportunidade de conhecer aquelas pessoas que são dos bastidores. Então, eu acho
que para a Revista Goool, merecidamente, deveria ter uma Sessão Solene, porque,
realmente, é um patrimônio gaúcho, é um patrimônio do Rio Grande, é um
patrimônio de Porto Alegre.
Eu mesmo me socorri da Revista Goool, porque fui
assaltado e levaram os meus documentos todos, Aveline; levaram os meus
documentos todos do esporte porque eu costumava guardar todas as manchetes de
jornal. Se eu consegui repor novamente, fazer os meus quadros, fazer os meus
livros, foi com a Revista Goool. Então, a Revista Goool, para mim, foi a
verdadeira mensagem que eu tive. A verdadeira história está de volta no meu
gabinete graças à Revista Goool.
Então, eu quero agradecer ao meu Partido ter me
permitido este Tempo de Liderança, através da minha Bancada, Ver. Cassio
Trogildo, o Ver. Paulinho Brum, o Sabino, para dizer, realmente, se tem motivo
de alegria, tem motivo de sorte, a Revista Goool está aqui. Certamente, estará
cobrindo mais uma vez a trajetória do Grêmio na Libertadores, porque nós, com
certeza, jogaremos, quarta-feira lá. Certamente, a Revista Goool vai estar
cobrindo este evento do Grêmio. Já encontrei várias vezes, em vários estádios,
em vários lugares, localidades, o Avelino cobrindo os jogos do Grêmio, e não somente do Grêmio, mas também do Internacional, que viveu um
momento de glória, há 10 anos, e vem se mantendo aí no topo, e também está na
Revista Goool. Eu quero dar um conselho ao cidadão que gosta de esporte: que
conserve a Revista Goool, porque, logo ali na frente, pode servir como um
documento sério, um documento que demonstra a tradição dos gaúchos no futebol e
no esporte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Presidente, Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem, quero dizer aqui,
Aveline, eu sou um dos que está nas páginas da Revista Goool e tenho a revista
guardada em casa, do ano 1983, que foi uma das maiores façanhas feitas pelo
nosso tricolor, indo ao Japão e trazendo o título. Poucos acreditavam, mas nós,
jogadores, acreditávamos, assim como a Revista Goool acreditou, por isso tenho
as melhores e as lindas reportagens dos jogadores do Grêmio. Eu a tenho
guardada no meu museu particular, assim como a camisa campeã do mundo, assim
como a Revista Goool e outras relíquias inesquecíveis.
Eu conheci várias
revistas, eu conheci a Revista de Esporte. Também ganhei duas bolas de prata da
Revista Placar.
A Revista Goool é uma
das revistas mais antigas do Rio Grande do Sul e do Brasil. Parabéns à
belíssima Revista Goool, que traz o esporte, principalmente o futebol.
Parabéns, Aveline. Nós, jogadores, nós, gremistas, ficamos muitos contentes. Eu
sou um cara muito contente e realizado por tudo aquilo que saiu no ano de 1983,
e depois também porque a Revista Goool não parou, essa é a verdade.
Quero aproveitar os
cinco minutos da Comunicação de Líder, nesta tarde, para lembrarmos os 125 anos
da abolição da escravatura no Brasil. Venho a esta tribuna para falar sobre a
desigualdade racial, que ainda é notória nos dias de hoje. Malditas correntes!
No jornal Zero Hora on-line do dia 12
de maio saiu uma reportagem que diz: “Brancos ganham 59% mais do que os negros
no Estado”. Eu, realmente, me pergunto: até quando veremos esse tipo de
diferença e ficaremos quietos? São 125 anos de abolição e ainda há certa
resistência para que as coisas mudem em um ritmo mais rápido! Há uma cultura
enraizada, e vemos claramente isso quando apresentamos as leis que valorizam o
negro e não temos apoio regulamentado. A Lei da criação do Museu do Negro foi
elaborada em 20 de outubro de 2010, e sancionada no Executivo em 6 de dezembro
de 2010, e até agora não temos a concretização desse lugar. Quando será o ponto
de valorização para a história dos negros?
Construções lindas no
Rio Grande do Sul foram feitas pelas mãos de negros, principalmente em Porto
Alegre, como o Mercado Público. Também a Capela do Nosso Senhor Jesus do Bom
Fim. Isso deve ser registrado na história para que todas as nossas crianças
negras ou brancas saibam o valor e a luta desse povo. Esse é mais um motivo
para que se implante o Museu do Negro.
Quero aproveitar
aqui, já que estou falando sobre a abolição do negro, para falar de coisas que
não são ditas, como essas correntes invisíveis, malditas correntes desses
negros que lutaram, morreram e construíram este País, não só o Estado. Vamos
ter um Seminário amanhã, às 14h30min, sobre o resgate do dia 13 de maio e do
Museu do Negro, aqui na Capital dos gaúchos, onde os negros lanceiros tomaram a
frente nas guerras e morreram. Por isso, eu peço a todas as Lideranças, negras
e brancas, que ajudem a mostrar a importância do negro dentro do Rio Grande do
Sul. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, povo em geral que frequenta a Câmara aqui
conosco - notícia de hoje: crime no parque, homem é morto na Redenção. Jorge
Luciano Soares de Oliveira, 38 anos, foi assassinado no Parque da Redenção, em
Porto Alegre, por volta da 1h20min da madrugada de ontem. Uma semana antes,
outro homem, o advogado trabalhista José Augusto Amorim, também com 38 anos,
foi esfaqueado na cabeça, enquanto caminhava no Parque da Redenção, na tarde de
4 de maio. O advogado permanece internado da UTI do Hospital Mãe de Deus, em
estado grave. Isso em uma semana, fora os outros problemas! No ano passado, uma
delegação de senhoras até me procurou na Secretaria para acionar a Guarda
Municipal porque uns gatinhos tinham nascido lá em um determinado local, no
Parque da Redenção, e estavam sendo degolados à noite, por gente boazinha,
entre aspas. Então, o Parque da Redenção é um repositório de criminalidade, de
barbaridades, sem falar no patrimônio que é depredado semanalmente. Então, só
há uma salvação para o Parque da Redenção: o cercamento. Aqui está, com data de
23 de abril de 1991, um Projeto de minha autoria, autorizando o cercamento do
Parque. Repito: 23 de abril de 1991. Então, esse tema é o mais antigo, e eu sou
o Vereador que mais tenho tratado disso. Claro, eu não vou chegar ao extremo
que o Paulo Sant’Ana chegou, esses dias, em sua coluna, ele que realmente luta,
há muitos anos, pelo cercamento do Parque da Redenção, dizendo que quem não
quer o cercamento do Parque é burro, é insano, é néscio! Eu não chegarei aos
extremos do Paulo Sant’Ana, porque ele tem aquele temperamento que nós
conhecemos. Eu acho que não é chamando de burros os que não querem o
cercamento... Por quê? Porque, em 1991, as Administrações do PT eram totalmente
contrárias ao cercamento do Parque. E, certa vez, a Cristina Ranzolin, no
Jornal do Almoço, fez uma entrevista, lá no Parque, comigo e o Secretário da
SMAM, da época do PT, e, no outro dia, domingo, fizemos um levantamento sobre o
cercamento, e a população não queria o cercamento, mas isso na década de 1990,
2000; agora, nós estamos em 2013 – vinte anos depois! Então, hoje se fizermos um
plebiscito, se fizermos um levantamento da população, eu tenho certeza de que a
população votará favoravelmente ao cercamento do Parque da Redenção. Em 20 de
junho de 2005, o ilustre Ver. Ibsen Pinheiro apresentou o PLL nº 188/05 que convoca consulta à população para o cercamento de
logradouros públicos com área superior a 50 mil metros quadrados. Houve oito
Emendas alternativas e, incrivelmente, foi derrotado o Projeto do Ver. Ibsen no
dia 29 de março de 2006, lamentavelmente. Então, nós vamos reapresentar um
plebiscito previsto na Lei Complementar do Código de Posturas junto com a
Eleição do ano que vem para que a população de Porto Alegre se manifeste,
soberanamente, se quer ou não o cercamento da Redenção. Porque nós não vamos
ficar aqui nos masturbando naqueles que são contrários ou favoráveis, porque
isso é apenas a opinião de cada um e que pode ser mutável. Eu nunca mudei a
minha opinião, sempre fui favorável, e cada vez é mais necessário o cercamento,
porque, além das mortes, há a depredação e a violência. E mais: não adianta vir
com a conversa... porque fui eu, como Secretário, que coloquei seis câmeras de
vídeo lá. Infelizmente, seis câmeras não cobrem 37 hectares do Parque da
Redenção. São 37 hectares, mas à noite, com árvores, é claro que seis câmeras
não resolvem. Infelizmente, há dificuldades para a suplementação de câmeras que
ajudam muito na identificação... Então, só o cercamento. Há mais de 30 anos, quando Jânio Quadros era Prefeito de São Paulo e
falou em cercar o Parque Ibirapuera, foi um horror, disseram que ele ia gastar,
isso e aquilo, e ele disse – embora na sua loucura e sem tomar muito uísque:
“Mas se não fizer o cercamento agora, serão milhões depois!” Fez o cercamento,
e hoje o Parque Ibirapuera é um dos exemplos, junto com o Parque Laje, no Rio;
o Parque de Goiânia; o Parque de Brasília, todos cercados, todos disciplinados,
todos eles com proteção, para não falar nos do Exterior. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara
Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Boa-tarde a todos;
Ver. Nereu, com todo carinho, eu já estou com a minha pauta para falar, não
precisa me dizer o que eu devo ou não falar; na hora do debate, veremos quem é
quem e quais são as posições.
Mas, antes de mais
nada, quero saudar o Ver. Garcia por esta iniciativa importante, no momento em
que ele constrói essa placa em nome de todos nós. Temos aqui a presença do José
Aveline, em quem já fui dar um abraço, companheiro de tantas lutas. Em relação
à revista Goool, são 30 anos, e eu sempre acho que a história é aliada em todos
os momentos daqueles que querem fazer as transformações, em todas as áreas das
atividades humanas, seja econômica, social, cultural, ambiental ou esportiva.
Então, Ver. Garcia, meus parabéns! E não tem como não fazermos referência,
também, à figura de um grande homem, um grande comunista, um grande socialista,
um homem que foi um exemplo para gerações; um homem que foi contemporâneo da
minha tia, do meu pai e que eu sempre tive como referência junto com a minha
família nessa luta pelas transformações de fundo da sociedade. Esses nomes têm
que ser sempre lembrados, reverenciados, porque é uma forma de a gente não
perder a perspectiva, o rumo e garantir que essa história construída antes de
nós, e que perpassa e vai passar além de nós, é feita de homens e mulheres que
dedicam a sua vida a essa construção.
Quero também saudar,
em nome da nossa Bancada – falo em meu nome e do Ver. João Derly –, por reconhecimento
à dedicação e ao trabalho que vem realizando conosco há mais de 30 anos, o meu
querido camarada do Partido, membro da Direção do nosso Partido, o médico Dr.
Neio Lúcio Fraga Pereira.
O Neio Lúcio, por
indicação do nosso Partido, construída com o nosso Governador Tarso Genro, para
que nós possamos continuar construindo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e
contribuindo para o desenvolvimento com sustentabilidade do nosso País, foi
nomeado, hoje de manhã – indicado, nomeado e assumido nessa construção
coletiva, junto com o nosso Governador –, Secretário de Estado do Meio
Ambiente.
Eu tenho muita honra
de falar sobre o Neio, que é Médico comunitário, formado pelo Murialdo; das
lutas históricas do movimento estudantil – a gente já se encontrou a partir daí
–, e o Neio foi o primeiro Secretário da Comissão de Saúde e Meio Ambiente
desta Casa, que eu propus, junto com Caio Lustosa, que fosse criada, há 30
anos.
O Neio foi da Direção
da UAMPA, naquele primeiro momento, quando o Waldir Bohn Gass foi o primeiro
Presidente da UAMPA, construída aqui nesta Casa.
Em nome da COMAM, o
Neio foi para a Conferência Nacional de Saúde, junto conosco, em 1986, na
construção do Sistema Único de Saúde.
Foi chamado pelo
nosso Partido, pela Direção Nacional, para se deslocar para Camaçari, quando
elegemos Prefeito lá, para ser Secretário de Saúde daquele Município.
Foi Secretário de
Saúde de Gravataí, onde realizou um trabalho importantíssimo, no sentido de
diminuir a mortalidade infantil, com ações de gestão de saúde. E entrou comigo,
junto, como Chefe de Gabinete, para o Grupo Hospitalar Conceição, quando eu fui
Diretora Superintendente; depois, assumiu, com o aval do Ministro Temporão e do
Presidente Lula, quando eu saí para concorrer a Deputada Estadual, por indicação
do meu Partido, a Superintendência do Grupo Hospitalar Conceição. Até hoje, era
Diretor Técnico, com respaldo do Ministro Padilha. Enfim, é um homem, que,
agora, vai assumir uma tarefa importantíssima para o Estado do Rio Grande do
Sul, e nós nos sentimos, a nossa Bancada e o nosso Partido, muito honrados em indicar o
nome do Neio Lúcio Fraga Pereira, com todo esse currículo, e de essa indicação
ter sido construída junto com o nosso Governador Tarso Genro, um homem que está
a levar adiante um projeto de desenvolvimento do Rio Grande, contribuindo para
o projeto de desenvolvimento do Brasil. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h48min.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h49min): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Séfora Mota está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SÉFORA
MOTA: Boa-tarde a todos. Venho, hoje, a esta tribuna informar que protocolei
uma Moção de Repúdio à (Expressão retirada por Requerimento da Ver.ª Séfora
Mota.), que agrediu e espancou um cachorrinho pequeno, incitando o próprio
filho a também nele bater e chutar. Foi uma cena terrível que vi ontem pelas
redes sociais, quando estava atualizando, à noite. Fiz questão de assistir até
o final, porque eu sou mãe de cachorro. No dia das mães, ver uma mulher, mãe,
que é capaz de tamanha covardia, um crime com o animal e com o próprio filho,
porque ela incita o filho à violência. Frase dela, dita para o próprio filho:
“Todos os cachorros, todos os bichos que tu vês nas ruas, a gente não trata
bem; a gente vai e bate. Tu escutou?” Então, venho, como cidadã, cobrar da
Polícia Civil, que essa mulher não fique impune desse crime que ela cometeu,
que o Conselho Tutelar intervenha, pois que tipo de ser humano esse ser
desumano está criando? Eu ensino, dentro da minha casa, aos meus filhos – eu
tenho quatro cães –, a dar carinho; na minha casa, ninguém grita com bicho, eu
não admito que se fale alto com um ser tão inofensivo, e essa monstra fez isso
com o seu bichinho, com o seu animal na frente do filho e segurando um
bebezinho de colo.
Aí vemos por que crianças têm problemas na escola,
por que os professores reclamam das crianças, essas crianças que são criadas
dentro de um lar doente, por uma mãe doente, desequilibrada, que bate num
cachorro; os próprios vizinhos disseram que ela maltrata também os filhos –
isso não pode passar impune! Quero pedir para a Secretaria dos Direitos Animais
que também se engaje nessa campanha ferrenha contra os maus-tratos aos animais.
A gente não pode mais ficar assistindo a esse tipo
de vídeo e tolerando esse tipo de coisa, porque uma pessoa que tem a coragem de
fazer isso com um animal, vai fazer também com uma criança, com um idoso. E uma
criança que recebe esse tipo de educação da mãe vai crescer sendo um humano
intolerante, sem amor no coração e que vai bater na mulher, vai bater nos
menores, nos animais, nos mais velhos, e aí a nossa sociedade continua desse
jeito, uma sociedade monstruosa de seres desprezíveis como essa criatura. Tenho
o vídeo e vou mostrar, sei que é chocante, mas a gente não pode tapar os olhos
para essa realidade tão cruel que acontece com os nossos animais.
(Procede à apresentação do vídeo.)
A SRA. SÉFORA
MOTA: Por sorte, esse cão foi resgatado, já passa bem, mas essa mulher não
pode ficar sem a devida punição. Que as leis sejam mais rígidas. Nós estamos
aqui e sou contra a todo tipo de violência, principalmente contra os indefesos.
É muito triste para aqueles que cuidam, que sabem o quanto custa tratar desses
bichinhos, para aqueles que se esforçam para tratá-los, assistir a cenas como
essas. Que isso não se repita e que a gente consiga ter leis mais severas para
esse tipo de criatura. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos ao
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra em Grande Expediente, por
cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; eu queria
agradecer ao meu colega Ver. Pedro Ruas pela cedência do tempo; nós combinamos
que, neste tempo de 15 minutos, trataríamos de dois temas que são fundamentais
embora distintos. O primeiro trata do grande ataque que foi proferido, na
semana passada, aos trabalhadores da Saúde na cidade
de Porto Alegre. Terça-feira, quarta-feira e quinta-feira, foram publicadas, no
Diário Oficial da nossa Cidade, portarias que retiravam a insalubridade dos
trabalhadores da Saúde: dos trabalhadores do Hospital de Pronto Socorro, dos
trabalhadores do Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro, da Bom Jesus e do
Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul; trabalhadores que dedicam as suas vidas
a cuidar da saúde da nossa população. O Hospital de Pronto Socorro é uma referência
tanto no Município de Porto Alegre quanto no Estado do Rio Grande do Sul em
atendimento e cuidado à população.
Os trabalhadores ficaram sabendo desse
ataque aos seus direitos pelo Diário Oficial. A Prefeitura retirou a
insalubridade, que é uma gratificação justamente por essa exposição dos
trabalhadores a situações de risco. Para vocês terem uma ideia, alguns
trabalhadores não só passariam a receber menos salário, como ficariam devendo,
em alguns casos, R$ 10, 20 mil para a Prefeitura de Porto Alegre. Olhem o tamanho do
escândalo: perdem direitos e, por outro lado, ainda ficam devendo para o
Município. Isso sem entrar no debate da superbactéria, que contaminou o
Hospital Conceição. Foi graças à luta da Associação, do Arlindo Ritter e dos
trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição que isso veio à tona. O Ministério
da Saúde teve que intervir, interditando 15 leitos e obrigando a contratar
equipe de higienização para o Hospital porque a superbactéria nasce justamente
da precária higienização daquele local, fato já denunciado pelo Ver. Pedro Ruas
desta tribuna, quando debateu os contratos com a Plansul. E ficou comprovado
que essas bactérias estavam também em outros hospitais e emergências do nosso
Estado.
No momento em que o Estado vive uma crise na Saúde
pública, de uma superbactéria, que é infectocontagiosa... Sistematicamente,
quem trabalha com Saúde está sujeito tanto a doenças infectocontagiosas quanto
a danos psíquicos, porque está lidando com a vida e a morte, como é o caso de
vários trabalhadores do Hospital de Pronto Socorro.
Os trabalhadores se mobilizaram, vieram a esta
Câmara, fizeram uma mobilização espontânea na frente do Pronto Socorro. O
Presidente da Câmara fez um Requerimento exigindo a revogação das portarias, o
qual nós assinamos, apoiando a iniciativa do Ver. Dr. Thiago. Teve uma reunião,
Professor Garcia, na Prefeitura Municipal, em que ficou acordada a revogação
das portarias. A Prefeitura daria um retorno para o Simpa e para os Vereadores
desta Câmara sobre a questão de “tirar a espada” da cabeça dos trabalhadores.
Em 2009, eu participei de uma luta que era a mesma: eles tentaram tirar a
insalubridade, os trabalhadores desceram e abraçaram o HPS, e, no final,
revogaram a tentativa de retirar o direito dos trabalhadores. E, naquele momento,
Clóvis Magalhães era Secretário e se comprometeu afirmando que isso jamais
aconteceria novamente. Mas a Prefeitura é uma continuidade dos mesmos Partidos
políticos que, mais uma vez, tentaram atacar o direito dos trabalhadores da
Saúde. Nós esperamos esse retorno porque a insalubridade é um direito daqueles
que expõem a sua vida para salvar outras vidas; porque a Prefeitura, que não
faz exames periódicos nos seus funcionários, que não tem legislação de Saúde e
Segurança do trabalho, o mínimo que tem que ter como entendimento é que a saúde
é grau máximo, grau máximo de exposição a riscos, e nós precisamos desse
compromisso. Independentemente disso, eu gostaria de falar da relação do
Secretário da Saúde com os trabalhadores municipais. Nós ouvimos o relato da
reunião que houve aqui, na Câmara, no Salão Nobre da Presidência, dizendo que o
Secretário havia ofendido os trabalhadores do PACS, do Pronto Atendimento da
Cruzeiro do Sul. Eu fiquei muito chocada com isso. Ele havia feito comentários
e desmerecido os trabalhadores que foram para frente do PACS há duas semanas,
Professor Garcia, para denunciar coisas a respeito da morte da Saraí. Eu
aproveito para me solidarizar com a sua família e com a sua memória, uma mulher
de luta, de combate, uma guerreira que não teve o atendimento adequado no PACS.
O SAMU, pela falta de funcionários, não pôde atender o caso quando ela chegou,
levada pela família, ao PACS. Já era tarde demais, faleceu na espera de ser
atendida. Mas faltam funcionários na Saúde pública para atender a casos como o
da Saraí! Os trabalhadores foram fazer um protesto na frente do PACS e foram
ofendidos pelo Secretário.
Nós temos o caso de uma pessoa portadora de
necessidades especiais, Ver. Dr. Thiago, que eu recebi na Comissão de Direitos
Humanos, que não foi atendida no Hospital de Pronto Socorro. O responsável pelo
lar para pessoas com necessidades especiais, pessoas com deficiência levou a
jovem para ser atendida, e lá houve orientação de não atender. E a orientação é
de cima, não é dos trabalhadores! Os trabalhadores estão falando: “Nos obrigam
a não receber casos, a dizer que é para ir para o PACS, que tem que ir para
outros prontos-atendimentos”. E as pessoas vão, às vezes juntando moedinhas
para pegar um táxi ou um ônibus até o Pronto Socorro; como é que vão para outro
lugar? Recusaram-se a atender essa jovem que fez denúncia no Ministério
Público, e fez muito bem... É inadmissível que venha uma ordem de cima para
transformar o Hospital de Pronto Socorro apenas num especialista em trauma e não
atender as outras emergências; fazendo um sistema e mandando as pessoas embora
para casa! Isso é uma vergonha!
Nós vivemos uma crise na Saúde pública. Tem
trabalhadores que exercem a mesma função e recebem menos insalubridade que os
outros. Ver. Tarciso, o senhor sabe que os trabalhadores do SAMU, que, em caso
de urgência, vão buscar em casa – como buscaram meu pai duas vezes na minha
casa, quando ele esteve muito mal, antes de, lamentavelmente, falecer – recebem
20% de insalubridade? E tem trabalhadores que fazem a mesma função de outros,
mas, como são jovens concursados, recebem metade da gratificação e estão
expostos aos mesmos riscos.
No Pronto Socorro, eu me lembro muito bem da sala
6, que está em reforma, tinha uma cortininha com uma folhinha de papel dizendo:
“Cuidado, doença infectocontagiosa.” Uma cortininha, isso não é isolamento!
Quem trabalha nessas condições está sujeito a uma série de doenças. E mais:
está sujeito aos piores sofrimentos a que se assiste num hospital. Todos nós
sabemos, infelizmente, todo mundo já teve um parente doente, todo mundo já teve
um amigo doente, todo mundo sabe a tristeza que é o espaço de um hospital. E as
pessoas trabalham nesse espaço, tentando curar as doenças ou, quando elas são
incuráveis, atendendo às famílias no momento mais difícil, que é o momento da
morte.
É inaceitável esse desrespeito sistemático com que
o Secretário da Saúde trata os municipários. Primeiro, ele tem que saber que os
municipários são funcionários do povo da nossa Cidade, que eles são concursados
para atender a nossa população! Não são funcionários dele! São trabalhadores
reconhecidos pelo seu trabalho. Aposto que, se nós fizermos uma enquete com a
população de Porto Alegre perguntando se ela prefere os trabalhadores do Pronto
Socorro ou o Secretário Casartelli, eu não tenho nenhuma dúvida de que ela
prefere os trabalhadores do Hospital de Pronto Socorro. São inaceitáveis esse
autoritarismo e esse desrespeito! Na reunião com os Vereadores, o Secretário se
comprometeu a revogar a portaria e disse desconhecer essa portaria que foi
publicada no Diário Oficial. Por favor! Como é que um gestor desconhece
portarias que tratam diretamente do funcionamento do Sistema Público de Saúde
no Município de Porto Alegre? Alguém aqui, por algum acaso, nasceu ontem? E se
fosse, se desconhecesse as portarias, de fato – coisa que eu duvido –, aí é
incompetência. Se foi o autor das portarias, é autoritarismo, desrespeito, é
não entender a situação em que trabalham os funcionários da Saúde pública
municipal. Se houve desconhecimento tanto do Secretário Municipal da Saúde
quanto do Prefeito, é um misto de negligência e incompetência.
Eu quero dizer para vocês que acompanhei
atentamente pelo jornal, no sábado, a assembleia que foi feita na sexta-feira;
um movimento dos funcionários da Saúde exigindo o “Fora, Casartelli”, e acho
que eles têm toda a legitimidade para questionar, sim, o gestor da Saúde
pública municipal. Não é possível que o gestor da Saúde pública municipal tenha
sido o autor desses fatos que relatei anteriormente. São fatos que se repetem;
nós podemos discutir aqui dezenas de questões vinculadas à Saúde. O Ver.
Clàudio Janta trouxe uma denúncia de um caso de que ele havia denunciado, no
Ministério Público, a liberdade de organização dos trabalhadores do PACS. Nós
poderíamos ficar a tarde inteira falando dessa situação. Quero reiterar o nosso
compromisso com a luta dos trabalhadores da Saúde no Município de Porto Alegre,
o nosso compromisso de seguir acompanhando a resposta do Governo, porque todos
os funcionários da Saúde têm que receber os 40% da insalubridade imediatamente.
E nós esperamos que, na segunda-feira, hoje, venha essa resposta, como foi
compromisso da reunião feita no Paço Municipal.
Para concluir, eu gostaria de falar sobre outro
tema, Vereadores e Vereadoras: para aqueles que nos assistem pela TVCâmara,
agora, dia 27 de maio, ela será transmitida pela TV aberta. Eu acho um grande
mérito para esta Casa, Ver. Dr. Thiago, muito importante, porque é um direito
do povo poder nos fiscalizar pela TV aberta, e eu fico muito contente com esse
avanço da nossa Câmara, no sentido de permitir cada vez mais controle social
sobre as atividades dos Parlamentares.
Eu quero convidar a todos, na sexta-feira, dia 17,
às 18h, para comparecer no Seminário com o Sindicato dos Municipários que a
nossa Comissão de Direitos Humanos realizará – minha, do Ver. Mario, dos vários
Vereadores que integram a Comissão –, sobre saúde, segurança e precarização do
trabalho. Estará presente o professor Ricardo Antunes, um dos principais
sociólogos do Brasil – ele é professor da Unicamp, doutor pela Universidade de
São Paulo, autor de diversos livros que são referências na sociologia do
trabalho e no direito; e o Omar Candotta, que é técnico em segurança do
trabalho e fez um levantamento sobre a situação de risco desses trabalhadores.
Inclusive faço o convite, evidentemente, a todos os funcionários e funcionárias
da Câmara, porque é justamente um debate sobre a ausência de legislação no
setor público, sobre essas normas de saúde e segurança no trabalho, porque nós
sabemos que o setor privado tem uma norma que rege as relações de trabalho,
coisa que não temos no Município, não temos no Estado. E é necessária que se
faça essa reflexão, incluindo os colegas da Guarda Municipal. É uma reflexão
muito importante sobre as condições dos nossos trabalhadores municipais, é uma
atividade aberta, não precisa de inscrição, e serão dados certificados. Nós
gostaríamos muito de poder contar com a presença de vocês para esse debate que
certamente será muito qualitativo se tiver a participação dos trabalhadores,
dos funcionários da Câmara, dos estagiários, dos Vereadores e Vereadoras;
contar com o apoio para essa luta em defesa da Saúde pública, em defesa desses
trabalhadores valorosos, para que aqueles que lidam com as piores situações,
que é justamente o cuidar da vida e o lidar com a morte, sejam respeitados pelo
Governo, pelo Secretário, como são pela sociedade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Fernanda. Gostaria de elucidar,
Ver.ª Fernanda, que o Ver. Clàudio Janta me passou uma mensagem e eu queria
esclarecer ao público ouvinte que acessa e vivencia a Internet, que não houve
nenhuma demagogia desta Câmara ou dos Vereadores nesse processo da
insalubridade de 40%. Quero só deixar bem claro, porque isso foi divulgado nas
redes sociais como o Twitter e o Facebook. É um direito legítimo desses
trabalhadores.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, inicialmente, Dr. Thiago, quero parabenizá-lo pela iniciativa da TV
aberta, acho que vai ser um grande passo, um grande marco, primeiro, porque
Porto Alegre é a Capital do Rio Grande do Sul, e a perspectiva de nossas
transmissões irem para mais de 50 Municípios pode atingir em torno de 3,5
milhões a 4 milhões de habitantes. Então, eu acho que é um salto significativo
que V. Exa. está proporcionando.
Venho hoje abordar um tema que, talvez, seja um dos
mais constantes do nosso dia a dia, é sobre a questão dos furtos e roubos de
veículos em Porto Alegre. Tive acesso aos dados, rua por rua, do Município de
Porto Alegre onde houve furto ou roubo de veículos. Nos últimos 14 meses, no
Município de Porto Alegre, 11.809 veículos foram furtados e roubados, num
espaço de 14 meses, o que dá uma média de 22 carros por dia. Neste ano, nos
dois primeiros meses, a média aumentou para 36 veículos, ou seja, Porto Alegre,
hoje, é a Cidade onde mais se furtam e roubam veículos na América! Não é só do
Rio Grande do Sul, não é do Brasil, é na América! Nos três primeiros meses
deste ano, 3.272 veículos foram roubados. Olha, são 30 veículos por dia!
Significa que, em menos de uma hora, estão roubando um carro na Cidade. Para vocês
terem uma ideia, a Av. Sertório, nos últimos 14 meses, apresentou o maior
número, é uma avenida grande, foram 146 veículos roubados: 138 no ano passado,
mais 8 veículos nesses dois primeiros meses, porque é até fevereiro. Na Av.
Assis Brasil, foram 131, mais 13 veículos nesses dois primeiros meses deste
ano.
(Aparte
antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Vereador, são 38 páginas. Eu vou ler as principais
avenidas, pode ser que entre a Av. Mariland. Por ordem, na Av. Sertório é onde
mais furtam veículos, depois vem Av. Assis Brasil; Av. Ipiranga, até agora,
nesses 14 meses, foram 89 veículos; Av. Protásio Alves, 82; Av. Bento
Gonçalves, 81; Rua Ramiro Barcelos, 75; Av. Oscar Pereira, 59; Rua Vicente da
Fontoura, que é uma rua menor, 53; Rua Antônio Carlos Berta, 49; Rua Marquês do
Pombal, 47; Rua Sarmento Leite, 47; Av. Lucas de Oliveira, 47; Av. Baltazar de
Oliveira Garcia, 42; Rua Guilherme Alves, 41; Rua Riachuelo, 41; Rua Domingos
Rubbo, 39; Av. Cavalhada, 38; e assim vai indo, rua por rua de Porto Alegre.
Esses dados são altamente preocupantes porque se discute há muito tempo isso e
não se veem medidas que realmente possam dizer: “Bom, aqui está seguro”. Pelo
contrário. Muito tempo atrás, a informação tanto da Delegacia da Polícia Civil
como por parte da Brigada Militar é que a população não registra os pequenos
delitos; furto de veículo ela registra porque é um bem patrimonial. Só para
vocês terem uma ideia: se, em 14 meses, houve 11.809 roubos de veículos,
imaginem os outros tipos de pequenos delitos, furtos que estão ocorrendo na
Cidade! Provavelmente, devem ocorrer duas, três centenas por dia, e a população
passa a ter o descrédito e não registra mais, porque acredita não resolver
nada, já que foi assaltado, fez o registro, e não viu nenhuma providência.
E é nesse sentido que temos que fazer uma
discussão, embora tenha todo um espaço maior, a questão da Segurança pública
não está afeta diretamente ao Município de Porto Alegre; ela é uma questão de
Estado. Mas, como Estado, nós temos que fazer uma discussão.
Eu quero fazer uma retrospectiva a respeito dos
“azuizinhos”, por exemplo. Há alguns anos, no nosso Município, quando ainda não
havia os “azuizinhos”, por volta de 1997 ou 1998, eu já estava como Vereador,
lembro que nós víamos a Brigada Militar nas ruas. Com a inclusão dos
“azuizinhos”, nós vimos que a Brigada Militar se ausentou das ruas da nossa
Cidade. Eu quero dizer que eu confio na Brigada Militar, a Brigada Militar faz
um belo trabalho, mas é insuficiente.
E qual é a característica da Brigada Militar? É o
policiamento ostensivo, ou seja, o policial fardado, que de longe se vislumbra.
E nós passamos nas ruas da Cidade e não vemos brigadianos.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço e quero
cumprimentá-lo, porque o discurso de V. Exa. vai exatamente no sentido do
clamor da sociedade. Eu havia, inclusive numa sintonia entre nós da Bancada,
falado sobre essa questão na semana passada.
Acho que mal interpretado, o Ver. Comassetto até
disse que o Chefe de Polícia viria aqui, e eu fiz referências exaustivas a
respeito da qualidade e da qualificação dos nossos policiais civis, dos nossos
policiais militares e, inobstante ao esforço que eles possam vir a fazer, é uma
visão de Governo que, no ano passado, diminuiu em 30% a execução orçamentária
da Secretaria da Segurança, portanto, não há como responder.
V. Exa. tem toda a razão. Eu acho que nós temos que
insistir nesse tema, e acho que todos os Vereadores têm que falar a respeito
dessa questão. Temos que falar, incessantemente, até o momento em que o Governo
do Estado resolva olhar para essa questão com o olhar que ela merece, Ver.
Garcia, que é isso que V. Exa. está falando. Hoje nós somos reféns da
criminalidade, da marginalidade, da bandidagem. V. Exa. está falando nos roubos
de carro, nos furtos, na verdade, mas nós não estamos falando nos roubos, nos
latrocínios que vitimam famílias e toda a outra sorte de crimes que prosperam,
infelizmente, sem o devido combate. Parabéns.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Obrigado. E é justamente o que nós falávamos antes.
Esses pequenos delitos, crimes, a população já não registra mais porque não
acredita. Isso é muito ruim, porque, cada vez mais, vai aumentando a violência
e, ao mesmo tempo, o sentimento de impunidade. Ou seja, a população grita, mas
para quem vai reclamar? Antigamente, na minha época, se dizia: “Vai reclamar
para o Bispo”. Hoje, nós temos que dizer para o Governador que temos que
reclamar, sim, e que queremos policiais nas ruas. Já que aumentou o efetivo,
que apareçam.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Professor Garcia, ouvindo V. Exa e, agora, o Ver. Valter
Nagelstein, fiquei na obrigação de também tentar contribuir, e quero cumprimentá-lo.
Mas, para haver combate à criminalidade, terá que haver uma integração entre o
Município, o Estado e a União; terá que haver uma integração entre a Guarda
Municipal e as autoridades do Município, do Estado e da União. Hoje, a
tecnologia facilita muito isso. O que está havendo, com certeza absoluta,
Vereador, é uma falta de vontade de integrar as entidades que fazem segurança.
Eu o cumprimento, também, pela
sua fala.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador. Tem toda a questão dos
monitoramentos, que é uma evolução. Mas isso, na realidade, reflete a
consequência e não ataca a causa. Hoje, li uma reportagem, um acompanhamento
realizado portanto um jornal, que verificou as principais ruas da Cidade. Na
Av. Getúlio Vargas, no primeiro dia, encontraram dois PMs; na Rua José de
Alencar, uma viatura; na Rua Sepé Tiaraju, duas viaturas; na Rua Orfanotrófio,
três; na Rua Malvinas, uma; na Av.
Wenceslau Escobar, uma; na Av. da Cavalhada, uma viatura e um PM a pé; na Av.
Eduardo Prado, um PM a pé; na Av.
Juca Batista, um PM a pé, e, hoje, dois PMs; na João Antônio Silveira, três PMs, duas viaturas; na Av. Nilo Wulff,
na Restinga, uma viatura; na Lomba
do Pinheiro, um PM, três viaturas; na Estrada Afonso Lourenço Mariante, uma
viatura; na Av. Ipiranga, quatro PMs caminhando, dois PMs e uma viatura; na Av.
Assis Brasil, sete PMs, uma viatura – são 12 quilômetros; na Av. Farrapos, dois
PMs e, hoje, apenas um, sabemos da dificuldade da Av. Farrapos; na Av. João
Pessoa, em alguns dias, nenhuma viatura e, hoje, apareceu uma; na Av. da
Azenha, em vários dias, ninguém, mas, hoje, apareceram dois PMs caminhando e
uma viatura; na Av. Bento Gonçalves, nove PMs e uma viatura e ontem dois PMs e
uma viatura. É uma dimensão enorme para uma cidade, e aqui citamos as principais
ruas, mas as demais não têm ninguém.
Então, a nossa solicitação e o nosso clamor é o
seguinte: mais do que nunca o que a população mais quer é sentir-se segura; não
adianta nós ficarmos cada vez mais fechados em casa, enclausurados. Grande
parte das famílias paga hoje uma segurança que não se sabe que tipo de
segurança é, porque não se vê contrato, e cria-se um mito de que “é melhor tu
pagares, porque se tu não pagares...”; “cuidado com o vínculo empregatício”...
Na realidade, a população como um todo marcha nessa situação e não tem a mínima
segurança. Agora que a Brigada Militar, o Governo colocou mais, que esses 800
novos que vão vir para Porto Alegre pelo menos circulem na Cidade, pois isso
vai dar uma visibilidade maior.
Lembro que há dois anos, aqui nesta Casa, havia um
projeto que previa que os PMs pudessem andar dentro do ônibus sem farda e com
passagem gratuita. Fui à tribuna e disse: sou totalmente contra, os brigadianos
alegam que fardados muitas vezes seriam vítimas também. Mas eu tenho certeza de
um dado: milhares e milhares de assaltos foram evitados, às vezes, pela simples
presença de um policial fardado dentro do ônibus, porque alguém entrava, via o
policial, e talvez por isso não fizesse nada.
O Sr. Engº
Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estou lhe ouvindo
atentamente e tenho uma percepção um pouco diferente da sua, depois que vieram
os 550 novos PMs para Porto Alegre, pois em comunidades como Boa Vista e Lami,
que não tinham nenhum PM, eles estão agora caminhando em dupla. Talvez seja
insuficiente ainda, mas quero registrar essa observação que tenho feito. Muito
obrigado.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Eu quero também lhe contrapor, pois no Lami, nesses
últimos dias, o pessoal viu e não tinha nenhum PM. Talvez a sua percepção não
tenha sido a mesma das pessoas que pesquisaram. Na Estrada Afonso Lourenço
Mariante, uma viatura; na Av. Lomba do Pinheiro, dois PMs. Na realidade é
insignificante, mas se pelo menos transitam, facilita. O que foi nos vendido
nos últimos tempos? “Não pode ter posto da Polícia Militar, pois fica um
brigadiano lá dentro que poderia estar na rua”. Só que não tem posto e não tem
brigadiano na rua! E a população cada vez mais refém. Então, está terminando o
meu tempo, mas eu insisto que nós Vereadores possamos cada vez mais bater nesse
assunto. É nossa responsabilidade, fomos eleito para tentar minimizar o máximo
possível, e, ao mesmo tempo, dizer que queremos mais segurança, queremos PMs na
rua, queremos que a população registre mesmo os pequenos delitos.
Volto a dizer: 36 carros por dia em Porto Alegre, é
um absurdo! Ou seja, somos a Cidade que mais tem furtos e roubos de veículos na
América Latina. É uma estatística que nos agrada? Não, não nos agrada. Falamos
da violência, muitas vezes, do Rio de Janeiro e nós não olhamos para dentro do
nosso umbigo. Porto Alegre é uma Cidade violenta. Muito obrigado Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. SÉFORA MOTA (Requerimento): Presidente, peço que seja suprimida das notas
taquigráficas o nome de Fabiana Serpa da Rosa como agressora do referido
cãozinho, como eu disse há pouco aqui na tribuna. É que o nome dessa senhora
tem sido amplamente divulgado na Internet, na rede social, como sendo a suposta
agressora, e infelizmente, ela é uma vizinha; mora na mesma rua, tem dois
filhos também, e está sendo acusada. Então, peço que seja retirado o nome dela.
Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereadora. Por justeza e correção,
faremos isso.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, eu subo a
esta tribuna, de novo, por um outro tema muito importante, apesar de ter usado
o Grande Expediente do meu colega e nosso Líder da oposição, Ver. Pedro Ruas,
por dois temas muito sérios. O primeiro, em relação aos trabalhadores da Saúde:
nós já conseguimos fazer a retrospectiva dessa luta que conseguiu a revogação
das portarias que retiravam a insalubridade dos trabalhadores da Saúde pública
do Município de Porto Alegre. E agora volto a esta tribuna trazendo um outro
tema que o Ver. Pedro Ruas também trouxe no início dessa Sessão, que foi a
brutalidade do assassinato de um travesti no Parque da Redenção. Um crime que
nos chocou, certamente entristeceu a todos nós. A Câmara já fez o seu minuto de
silêncio, mas, para além do minuto de silêncio, nós temos que discutir os
crimes de homofobia. É inaceitável que em nosso País, a cada 28 horas, algum
homossexual seja agredido, violentado, ou, como nós vimos na madrugada de
domingo para segunda, portanto, nesta madrugada, assassinado, como aconteceu no
Parque da Redenção. É por isso que retorno a esta tribuna. Primeiro, para
registrar o nosso choque, a nossa tristeza e a nossa capacidade de luta para
enfrentar esses temas. Eu conversava muito com o Ver. Pedro Ruas, ainda há
pouco, sobre a importância de que o Brasil avance no sentido de criminalizar a
homofobia como crime imprescritível, inafiançável, tal como o movimento negro
conquistou no Código Penal, a partir de muita luta contra o racismo no nosso
País. E ainda hoje nós temos que os homens brancos recebem 59% a mais para a
execução da mesma tarefa, temos ainda dados graves com relação ao racismo. Mas
o fato de ser tipificado como crime reduziu as incidências de ataques
violentos; não que não ocorram, mas ataques violentos como estamos assistindo
neste momento da história aos homossexuais, aos gays, às lésbicas, às
transexuais, aos travestis.
Eu falava também que, há duas semanas, no bairro
Cidade Baixa, de madrugada, um casal jovem foi violentamente agredido por
grupos claramente neonazistas que saem às ruas para promover a violência, a
agressão contra homossexuais, negros e judeus. Há duas semanas, pegaram e
agrediram violentamente um casal que passeava na Cidade Baixa, junto com os
seus amigos.
Em função desse fato, nós chamamos uma audiência no
dia de amanhã, na Comissão de Direitos Humanos, para tratar do combate à
homofobia e do combate à intolerância desses grupos neonazistas que,
sistematicamente, agridem pessoas no nosso Município e no nosso Estado. Qual
não é a coincidência triste e lamentável, na manhã de hoje? Que esse travesti
tenha sido assassinato, violentamente, com um golpe apenas na cabeça, no Parque
da Redenção nesta madrugada.
Venho a esta tribuna, primeiro, para registrar o
choque e a tristeza; em segundo lugar, quero dizer que esses crimes bárbaros
não podem passar em vão. A vida desse homem, desse jovem da semana passada, as
agressões que ele sofreu, a vida desse travesti que, lamentavelmente, morreu
nesta madrugada não podem apenas ser só um registro nessa história triste de
homofobia em nosso País. Que esses crimes nos ajudem e fortaleçam a nossa
capacidade de enfrentamento e de buscar políticas públicas que combatam, de
fato, a homofobia. É por isso que amanhã, na Comissão de Direitos Humanos,
esperamos que a nossa Audiência seja profícua e faça justiça contra essa
barbárie a que nós estamos assistindo em nossa Cidade.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 16h33min): Havendo quórum, passamos à
Apregoo
o Memorando nº 030/13, de autoria do Ver. Marcio Bins Ely, que solicita
representar esta Casa no dia 15 de maio, às 14h, em Brasília, sem ônus para
Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre. O assunto a ser tratado é sobre
um Ato público pela revisão da dívida dos Estados e Municípios com a União,
promovido pela OAB.
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Waldir
Canal, ao PLL nº 016/09.
Apregoo Requerimento, de autoria
do Ver. Waldir Canal, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02, de autoria
do Ver. Waldir Canal, ao PLL nº 016/09, à apreciação das Comissões, para
Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 091/13 – (Proc. nº 1500/13 – Mesa
Diretora) – requer seja
o período de Comunicações do dia 23 de maio destinado a assinalar o transcurso
dos 75 anos de fundação do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio
Grande do Sul (SINPRO/RS).
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 091/13, de autoria da
Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0475/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/13, que extingue 3 (três) funções
gratificadas de diretor de nível 8 (oito) e 2 (dois) cargos em comissão de
nível 7 (sete), e cria 3 (três) cargos em comissão de nível 8 (oito), no Quadro
de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, constante do anexo da Lei nº
11.245, de 4 de abril de 2012, no âmbito do Departamento Municipal de Água e
Esgotos (DMAE).
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 22-04-13.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLE nº 002/13. (Pausa.) A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 002/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Nós sempre tivemos uma postura muito clara em
relação a esses temas, como o da reforma administrativa, tratado aqui em
dezembro do ano passado, cujo impacto na folha chegou a R$ 8 milhões anuais,
somado com R$ 100 milhões que já são gastos pela Prefeitura com os cargos em
comissão, os cargos de confiança. Nós temos R$ 108 milhões para pagar a folha
de pagamento dos cargos de confiança, que foram amplamente aumentados em
dezembro do ano passado para acomodar – entre aspas – os partidos políticos
aliados à Prefeitura Municipal. E é justamente nesse debate que entram também
os temas em relação aos investimentos públicos e investimentos sociais na
cidade de Porto Alegre. Esse Projeto, de fato, extingue dois CCs e três FGs do
quadro do DMAE e cria três CCs, só que cria três CCs de nível 8; portanto, com
salários mais altos, com um impacto financeiro correspondendo a R$ 13.876,00 no
ano de 2013 – assim o Projeto apresenta subsequentemente as despesas para os
anos seguintes. Então, nós, neste momento, queremos registrar a nossa
contrariedade, não só a esse Projeto, porque se fosse apenas um raio em um céu
azul, seria um debate, mas tem sido prática sistemática e recorrente da
Prefeitura mandar Projetos que aumentam os CCs na cidade de Porto Alegre, assim
como se tratando desse momento em que começa a data-base dos municipários da
nossa Cidade que tiveram uma enorme perda salarial ao longo dos anos, e que
pedem 11% de reajuste. A data-base dos funcionários que esperam há oito anos um
plano de carreira como foi prometido pelo Governo Municipal e não foi cumprido;
são oito anos de espera por um plano de carreira que seja isonômico e que
permita a qualificação do funcionalismo; portanto, a qualificação do serviço
público municipal, ao mesmo tempo em que proponha promoções. Nesse momento em
que discutimos a questão do IPE, que foi votada nesta Casa, que foi enviada
como uma conquista da data-base do ano passado dos municipários – informo isso
aos Vereadores novos, que não estavam naquele momento –, foi uma conquista da
categoria poder ter o IPE como plano de saúde, e que não foi encaminhado. Os
trabalhadores seguem sem o plano de saúde do IPE. Nós sabemos que também existe
uma posição do Governo do Estado que não permitiu avançar no plano de saúde
para os municipários, mas é um tema recorrente e que é parte da data-base dos
trabalhadores no ano de 2013. E nós conhecemos muito bem o discurso na hora de
negar os direitos, os reajustes da categoria. O primeiro deles é que houve
menor arrecadação do IPTU este ano, como ouvimos na greve da PROCEMPA, em que
fizemos parte de uma Comissão de negociação – eu, o Ver. Airto Ferronato,
representando o Governo, e o Ver. Clàudio Janta. E, ao mesmo tempo, a
Associação dos Fiscais desmontou esse debate hoje na Tribuna Popular, dizendo
que diminuiu a arrecadação por conta de um sistema milionário – R$ 6 milhões –
aditado, sem nova licitação que não funciona. Um sistema que onera os cofres
públicos e que faz diminuir a arrecadação. O segundo argumento é justamente que
há muito comprometimento com a folha de pagamento, em função da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Só que o Governo, sistematicamente, aumenta o número
de CCs, o que compromete a folha e vai comprometendo os recursos públicos.
Depois, na hora da data-base dos municipários, nós ouvimos sistematicamente
essas desculpas esfarrapadas.
Então, quero registrar a minha contrariedade a esse
método, a essa forma e a este Projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 002/13.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, senhoras e senhores Vereadores, a
exposição de motivos deste Projeto esclarece por inteiro e de forma antecipada
essas colocações equivocadas que o Ver.ª Fernanda Melchionna fez da tribuna. Em
verdade, o que temos aqui, Ver. Tarciso, é que este Projeto de Lei se mostra
necessário para estabelecer a isonomia entre os ocupantes da diretoria do
Departamento Municipal de Águas e Esgotos. Departamento este que não cobra
IPTU, não cobra Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, que não tem nada a
ver com esses problemas que foram levantados aqui da tribuna, das alterações de
arrecadação do Município. A arrecadação do DMAE continua sendo aquela que foi
projetada.
O presente Projeto de Lei não vai acarretar
repercussões financeiras negativas para a Autarquia, porque ao mesmo tempo em
que são criadas três CCs de nível 8, são extintas três Funções Gratificadas de
nível 8 e dois Cargos em Comissão de nível 7. Então, na soma, ver-se-á que inclusive há uma pequena, pequeníssima, diferença em favor da
autarquia – o que não está em jogo, no momento. O que se está procurando fazer
é adaptar, de forma isonômica, a nova estrutura do Departamento Municipal de
Água e Esgoto. Eu quero lembrar a todos que, no ano passado, a Câmara aprovou
essa nova estrutura e, na aprovação dessa nova estrutura, até com o meu
protesto, extinguiu 40 Cargos em Comissão, os quais, na medida em que vão
vagando, vão sendo considerados extintos. Desses 40, três já estão vagos.
Então, a articulação que se desdobra é absolutamente examinada nas suas
repercussões, não tem o condão de criar essas dificuldades
econômico-financeiras, nem vai provocar remuneração nos demais integrantes do
quadro. Muito antes pelo contrário: vai terminar com a confusão de hoje, quando
diretor tem CC5, diretor tem CC7 e tem diretor que tem CC8. Ficam todos
nivelados e se extinguem outros segmentos, outros cargos que, com a
reformulação administrativa, são possíveis de ser extintos: três FGs 8 e três
CCs 7.
Tudo isso examinado,
verificar-se-á que esse raciocínio que eu desenvolvi aqui está absolutamente
correto. Então, não há o que temer nesse particular. O DMAE vai continuar sendo
sólido, forte, cumpridor das suas obrigações, pagando em dia os seus
servidores, com os seus próprios recursos, independente de IPTU, independente
de Imposto Sobre Serviços – aqui comentado anteriormente no pronunciamento que
me antecedeu, que nada tem que ver com o caso concreto. Por isso, Sr.
Presidente, em atenção até mesmo à circunstância de que esta matéria foi
examinada por várias comissões da Casa e todas elas recomendaram a sua
aprovação, porque leram, entenderam e não estão fazendo oposição por oposição;
estão fazendo oposição quando tem que fazer e se curvando diante de uma
realidade fática como é o caso concreto que agora se apresenta. Então, eu peço
aos senhores que, com toda tranquilidade, aprovem este Projeto de Lei que não
tem finalidade outra senão rearticular a estrutura administrativa do
Departamento Municipal de Água e Esgoto, da forma que me referi durante minha
exposição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 002/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, venho à tribuna
novamente tratar do tema de criação de cargos pelo Executivo Municipal, neste
caso uma remodelagem dos cargos do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Eu
me inscrevi, Sr. Presidente, Dr. Thiago, e prezado Ver. Airto Ferronato, Líder
do Governo, para dizer que, no início deste ano, quando veio a esta Casa um
conjunto de Projetos do Executivo para reestruturar os cargos e as Secretarias,
nós viemos a esta tribuna e cobramos do Executivo Municipal que a construção de
uma política não se faz só com cargos: tem que ter os cargos, mas tem que ter
um propósito, um projeto de cidade.
Neste caso específico,
o DMAE tem um conjunto de obras que deve realizar em Porto
Alegre, ou acabar em Porto Alegre, entre eles principalmente o Programa
Integrado Socioambiental, cujo cronograma já ultrapassou várias vezes a data de
previsão de execução. Portanto, se queremos criar novos cargos, estruturar os
Departamentos e Secretarias – e aqui eu falo para o Líder do Governo, meu amigo
Airto Ferronato –, tem que vir junto com o compromisso de gestão, sim. Vou dar
um exemplo, já que vejo o meu colega Mario Fraga, de Belém Novo: a reestruração
da rede de água que está sendo feita na Av. Juca Batista, as obras que estão
sendo feitas na reposição daquele asfalto, Ver. Mauro, são uma vergonha, feitas
pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos!
Eu, Vereador e Líder
da Bancada do PT, vou votar favoravelmente ao Projeto, mas nós temos o direito
e a obrigação de vir aqui também exigir que as contrapartidas públicas sejam
cumpridas na cidade de Porto Alegre.
Segunda questão: o
Socioambiental, da maneira como está sendo conduzido, não vai resolver o
problema da despoluição da bacia do Guaíba, pois é essa sua missão,
principalmente do arroio Dilúvio até o Extremo-Sul. Por que não vai resolver?
Já vim a esta tribuna, já trouxe várias vezes este problema e continuo trazendo.
Se nós pegarmos a região Extremo-Sul e Sul, onde há mais de 300 vilas
irregulares, veremos que essas não estão sendo incluídas no sistema de coleta
dos esgotos para ser feito o tratamento. Portanto, essas comunidades
continuarão a despejar esses esgotos de uma maneira irregular, caindo nos
arroios e nos valos.
Portanto, quero
trazer esse tema inclusive para que o DMAE venha a esta Casa fazer uma
prestação de contas do desempenho do Sociombiental e desses problemas que
estamos identificando. Como todos sabem, um dos papéis dos Vereadores e do
Legislativo é fazer a fiscalização no pleno cumprimento das tarefas a que o
Executivo se propõe, principalmente tratando-se deste Projeto, pois são R$ 850
milhões investidos na despoluição do Guaíba, mas tem de ser de forma eficiente
e eficaz. Há um convênio do Governo Federal com o Governo Municipal neste
Projeto, e precisamos que isso adquira uma qualidade superior.
Convido todos os
colegas que forem a Belém Novo, principalmente o meu amigo Ver. Mario Fraga,
para que constatem lá a falta de qualidade na reposição do asfalto que está
sendo colocado pelo DMAE e que arrebentou a pista. Eu não entendi porque
arrebentou a pista, se tem uma faixa ao lado sem pavimentação. Por que a rede
não pode vir por esta faixa onde não tem pavimentação? Eles têm que arrebentar,
e, depois, a reposição fica muito aquém da qualidade mínima necessária para a
locomoção na Cidade de Porto Alegre. Já disse ao Líder do Governo que votarei
favoravelmente a este Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MARIO FRAGA: Acho que as críticas
do Ver. Engº Comassetto têm fundamento, tanto que já marquei para sexta-feira a
visita do Secretário Mauro Zacher a Belém Novo, na Juca Batista. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir
o PLE nº 002/13.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa-tarde, Sr.
Presidente, colegas, público que nos assiste, servidores da Casa; pedi para
falar na tribuna porque queria deixar registrada aqui uma preocupação. Na
virada do ano, a Câmara votou um Projeto que criava e extinguia Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas; agora vem mais um Projeto a esta Casa que
extingue três Funções Gratificadas de diretor de nível 8 e dois Cargos em
Comissão de nível 7, no entanto cria três Cargos em Comissão de nível 8. No
resumo, tiram-se as Funções Gratificadas de servidores pertencentes ao Quadro
da Administração, extinguem-se dois CCs, pessoas que podem ser de fora da
Administração, de nível 7; em compensação são criados três CCs de nível 8. No
fundo, temos um CC a mais e esses três CCs passam de nível 7– dois de nível 7–,
para o nível 8.
Ainda vou ouvir o
Ver. Nedel que está inscrito para discutir, para, provavelmente, fazer a defesa
do Projeto. Mas não poderia deixar de fazer este registro, porque acredito ser
falsa, na minha opinião, essa dicotomia entre os técnicos e os políticos, como
se os políticos não pudessem gerenciar a Administração Pública e os técnicos,
por serem donos de uma isenção quase que inocente, por estarem sempre
bem-intencionados, seriam os mais indicados, enquanto que os políticos não
poderiam, por ser mal-intencionados. No fundo é uma lógica de criminalização da
política e um falso debate que se cria na sociedade. Sempre me pergunto: a quem
interessa isso? Um bom técnico, um político, alguém que enveredou para a
carreira pública, coloca o seu nome à disposição e pode, sim, ser um bom
técnico. Aliás, é na rua, no dia a dia que se adquirem as visões corretas de
como deve ser um modelo de cidade, de como as pessoas querem a sua cidade.
Muitas vezes, o técnico, aprisionado no seu dia a dia, no seu gabinete, não
consegue ter essa mesma oxigenação das pessoas que estão em contato direto com
a população e vice-versa. Podemos ter técnicos também bem qualificados, etc.,
só acho que essa discussão e esse falso dilema, na verdade, emperram que nós
avancemos para termos bons técnicos e bons políticos. O que a gente pode discutir,
sim, é o timing de cada um. O sujeito
que é eleito, geralmente tem aqueles quatro anos para fazer. Então, ele tem uma
pressa em fazer, até para dar uma resposta à população ao final do seu mandato;
enquanto quem está dentro da máquina administrativa geralmente tem um tempo
maior. Então, às vezes, essa discussão entre os tempos gera muitos conflitos;
um querendo mais rápido, outro querendo mais lento, e talvez na sua visão, de
forma mais adequada. Repito: é um falso dilema. E se ambos, técnicos e
políticos, pois sempre um técnico pode ter uma visão política, e deve ter,
assim como os políticos devem se aprimorar tecnicamente, no fundo estamos
tratando aqui do que é o melhor para a sociedade. Então, deixo aqui este
registro. Gostaria de ouvir o Ver. Nedel, que está inscrito, porque tenho
dificuldade em entender. Mesmo que não tenha um impacto financeiro, pela
redução desse número de FGs, mas, de fato, estamos criando um CC a mais e os
três passando de nível 7 para nível 8. Então, está-se privilegiando a entrada
de pessoas de fora da Administração, em detrimento – no caso aqui – de pessoas
de Função Gratificada que são servidores de carreira. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Marcelo Sgarbossa. O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para discutir o PLE nº 002/13.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu quero já de
pronto dizer que sou favorável ao Projeto. Infelizmente, na política, vigora
uma hipocrisia, todos nós sabemos. E a sociedade sabe e denuncia isso, e se
revolta com isso. Porque nós, quando somos governo, defendemos uma coisa, e,
quando estamos na oposição, repudiamos a mesma coisa que nós defendíamos quando
éramos Governo. A “Geni” do momento é o Cargo em Comissão. Eu quero dar o
testemunho de quem foi Secretário. Eu tinha na minha Secretaria 300
funcionários e 20 Cargos em Comissão. E a Secretaria não funcionaria se não
fossem os Cargos em Comissão. Eu sei que a maior parte das Secretarias não
funcionaria não fossem os Cargos em Comissão. E vou dizer por quê: pela
instabilidade do funcionário do Cargo em Comissão. Tu determinas meta para ele
e ele tem que cumprir. Se ele não cumprir aquela meta, tu substituis a chefia.
Também por outro lado, a Prefeitura tem um déficit,
sim, de servidores de carreira que deveria ser preenchido imediatamente. Acaba
forçando o gestor a não usar aquele cargo que deveria ser um Cargo em Comissão
para fins políticos – porque é legítimo no processo –, porque, na verdade, ele tem que alocar as pessoas numa área afim para
que ele execute um determinado programa. Foi assim quando eu fui Secretário da
SMIC, no Microcrédito, por exemplo. Nós fizemos uma parceria com o Banrisul,
Ver. Engº Comassetto, colocamos mais de R$ 5 milhões em micro e pequenos
negócios, e tivemos que dispor de duas pessoas para construir o Programa Municipal
de Microcrédito. Então, nós temos que ir para além dessa simplificação
hipócrita que muitas vezes nós fazemos, de simplesmente demonizar o Cargo em
Comissão. O PT, que tanto demoniza aqui, foi o Partido que mais criou Cargos em
Comissão no Governo do Estado, mais de mil. Então, alto lá! Olhe, eu concordo
em parte com o que foi dito aqui pelos colegas que me antecederam: às vezes, eu
acho que falta algum planejamento, falta bastante, em muitos órgãos municipais.
Essa história do DMAE, a Av. Diário de Notícias é um exemplo: se fez todo o
recapeamento da Av. Diário de Notícias, três meses depois, rasgou-se a rua de
uma ponta à outra para trocar a tubulação do Programa Integrado Socioambiental.
Quer dizer, faltou, obviamente, uma comunicação entre a SMOV e o DMAE. Às
vezes, se vai fazer o reparo de uma calçada ou instalação de uma necessária
rede de esgoto – o Ver. Engº Comassetto estava reclamando aqui que há vilas
irregulares que não têm rede de esgoto; é claro que sim, nós sabemos! Mas se
vai fazer um conserto, a prestadora do serviço fica aquém do mínimo de
qualidade que nós, cidadãos, gostaríamos que fosse feito o reparo daquela
abertura, daquela calçada. Então, isso fica como apelo – é a função de nós,
Vereadores – à direção do DMAE, que sempre esteve envolvida em programas de
qualidade, para que dê uma olhada mais atenta nessa questão da qualidade dos
reparos. Isso é uma questão. Agora, outra é dizer que o Programa Integrado
Socioambiental não se presta ao que veio – em parte o Ver. Engº Comassetto
também tinha razão, mas não pelo que ele falou, porque ele atirou no que viu e
acertou no que não viu. Não vai atingir plenamente, porque, na verdade, o
Guaíba, como ele disse, é uma bacia, e recebe as contribuições do Rio dos Sinos
e do Rio Gravataí, que são infelizmente, os rios mais poluídos do Estado.
Então, por mais que nós façamos – que foi muito, muito além do que o PT
imaginou –, de trazermos de 27% para 80% o esgoto tratado da Cidade, nós vamos
continuar recebendo as contribuições, Ver. Idenir Cecchim, do Rio dos Sinos e
do Rio Gravataí. Mas o fato que ninguém pode tirar é a coragem deste Governo e
desta gestão de ter implementado este Projeto que é histórico na Cidade. Porque
isso representa menos pessoas nos postos de saúde. Porque o saneamento básico
representa, Ver. Mario Manfro, o senhor que é da área da Saúde, saúde, na
prevenção e em todos os aspectos.
Então, o Programa
Integrado Socioambiental é uma conquista histórica da Cidade, com o nosso
Prefeito José Fogaça, e, na continuidade, com o nosso Prefeito José Fortunati.
Sr. Presidente, para concluir, quero me referir a
uma questão da Saúde, já que falo em saúde. Eu fui procurado no gabinete pela
Dra. Dora Ullmann, que tem um instituto de dermatologia nacional e
internacionalmente reconhecido. Fomos à Secretaria Municipal da Saúde para
oferecer um convênio. Seria uma escola de pós-graduação, Ver. Brum – V. Exa.
que é Presidente da Comissão de Saúde –, que receberia as pessoas que
precisassem, oferecendo, gratuitamente, consultas na área da dermatologia. E
mais do que isso: faria pequenas cirurgias, por exemplo, para remoção de um
sinal, de um carcinoma, Ver.ª Jussara Cony, coisas que, se não forem tratadas
num primeiro momento, depois, podem representar uma metástase e a morte da
pessoa.
Pois bem, nós fomos à Secretaria da Saúde. Caberia
à Secretaria da Saúde simplesmente fazer, num convênio, as biópsias. A clínica
de pós-graduação, com médicos, receberia as pessoas carentes, não cobraria as
consultas, faria a cirurgia, não cobraria pela cirurgia, e o Município entraria
só com a biópsia. Para a nossa surpresa, Ver.ª Séfora, nos foi dito que não
existe demanda de dermatologia; eu custo a crer.
Quero deixar um apelo ao Secretário Casartelli: que
ele revisite essa questão, que reconsidere. Ao mesmo tempo, Ver. Paulo Brum,
faço uma solicitação à Comissão de Saúde da Câmara: que verifique se, de fato,
não há fila, não há demanda na área da dermatologia.
A informação que nós temos aqui, Vereadores da
Cidade toda, é que, infelizmente, há muita demanda em dermatologia. Então, se
existe uma clínica que está se oferecendo de graça para fazer procedimentos
cirúrgicos, para retirar sinais e dar consultas, me parece que o mínimo que
temos a fazer é agarrar essa oportunidade com as duas mãos. Este é o apelo que
fica aqui aos colegas Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver. Valter, respondo como médico do Município:
existe demanda reprimida em dermatologia, sim, principalmente na Região Sul e
Extremo-Sul da Cidade.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo reassume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLE nº 002/13.
Eu peço a V. Exa. que se atenha ao assunto que
estamos discutindo. Vamos deixar o Secretário trabalhar, por favor!
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Vereador, pela lembrança. Eu acho isso muito importante e
espero que todos tenham ouvido esta orientação do nosso Presidente, que é uma
orientação adequada, perfeita e que eu vou cumprir.
O que eu queria dizer é que estamos votando Projeto
de Lei do Executivo que extingue três Funções Gratificadas de Diretor de nível
8 e dois Cargos em Comissão de nível 7, e cria 3 Cargos em Comissão de nível 8
no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas. O que nós estamos
votando? Nós estamos votando uma equalização, um ajuste nas funções do DMAE.
Existem quatro Diretorias. Algumas Diretorias têm lá uma Função Gratificada
diferenciada para baixo; outras têm uma Função Gratificada de nível 7. Então,
suponhamos que três ganhem Função Gratificada de nível 8 e dois, outras, ou
menores, ou maiores; isso tem que ser unificado. É só isso que estamos votando
hoje. Acho, ou melhor, tenho certeza, que os Diretores têm que ter a mesma
remuneração, o diferencial é pelo tempo de serviço ou por algum avanço que
eventualmente tenham.
Sr. Presidente, era exatamente isso. Fomos
informados de que não haverá repercussão financeira. Então, estamos adequando,
ajustando, normatizando as funções de Diretor do DMAE, para bem cumprir o seu
objetivo.
Eu queria só, rapidamente, dizer que, nessa parte
de fiscalização, que é atribuição dos Vereadores, o Ver. Comassetto tem razão,
é função do Vereador fiscalizar a atividade do Executivo. O Ver. Mario Fraga já
veio aqui e disse que vai, em companhia do Diretor da SMOV, verificar a
situação do asfaltamento lá da Juca Batista. Portanto, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, solicito a aprovação do presente Projeto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda
Melchionna, o PLE nº 002/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Quero fazer uma Declaração de Voto: na justificativa consta que a
proposta decorre de apontamentos realizados pelo Tribunal de Contas do Estado,
nos relatórios de 2010 e 2011. Isso, digamos, pesa na nossa decisão em votar
“sim”.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): V. Exa. faça esse encaminhamento por escrito, por
favor.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1363/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/12, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que
obriga a inclusão de conteúdo sobre a Campanha da Legalidade na disciplina de
História ministrada nas escolas da rede municipal de Porto Alegre.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observações:
- incluído da Ordem do dia por força do
art. 81 da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 06-02-13.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLL nº 101/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PLL nº 101/12. (Pausa.) Os Vereadores que
concordam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO com a abstenção da Ver.ª Fernanda Melchionna.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Quero fazer uma Declaração de Voto, Sr. Presidente:
nós concordamos muito com o mérito da legalidade, com o debate nas escolas, mas
há uma contrariedade, e com razão, dos professores da rede, de que não cabe à
Câmara legislar sobre os conteúdos e, sim, esse debate ser construído com a
comunidade. Por isso, me abstive no Projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicitamos que esse encaminhamento seja feito por
escrito à Diretoria Legislativa para que fique nos arquivos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2327/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 176/12, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, que
inclui o evento Feira de Antiguidades do Mercado Público no Anexo II da Lei nº
10.903, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Eventos de Porto Alegre e
Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre –, e alterações posteriores,
realizado de abril a dezembro, em uma semana de cada mês, e dá outras
providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 01-04-13.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLL nº 176/12 (Pausa.) O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para discutir o PLL nº 176/12.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu aproveito para lançar as minhas homenagens ao Ver.
Reginaldo Pujol, porque nós temos um marco em Porto Alegre que tem a sua
impressão digital, que é o Brique da Redenção. O nosso Ver. Guilherme Socias
Villela sabe o que o Brique representa. E, felizmente, Ver. Idenir Cecchim, V.
Exa. que foi Secretário da SMIC, sabe que o Brique se irradiou, Nereu. Nós
temos o Brique de domingo, que é um marco, talvez o espaço mais democrático de
Porto Alegre. Diríamos que ali é a nossa praia, Tarciso, onde todo o
porto-alegrense se encontra. Assim como em Copacabana, Ipanema, Leblon, o
carioca de qualquer classe econômica se encontra; no nosso Brique da Redenção o
porto-alegrense de qualquer origem se encontra. O Brique é local para quem vem
a Porto Alegre, para quem é natural de Porto Alegre e para quem aqui foi
acolhido generosamente por esta Cidade maravilhosa, como é o meu caso e o de
tantos colegas aqui. Um dos segmentos do Brique que mais chama a atenção, não
só do Brique, porque eu tive a felicidade de conhecer outras feiras por aí, fui
a Rosário, na Argentina, é o setor de antiguidades. Em Paris a gente encontra
uma feira espetacular, talvez, uma das maiores do mundo, onde o que é mais
bonito lá é o setor de antiguidades.
Ver.ª Mônica, eu caminhava em Tel Aviv e encontrei
um cantinho chamado Jaffa, que é um vilarejo árabe, onde tem o Hospital do
Napoleão Bonaparte, um lugar maravilhoso, e lá tem o mercado Hapishpeshim, que
traduzindo para o português é o Mercado das Pulgas, exatamente um brique de
antiguidades e coisas usadas. E, por felicidade, ali no Mercado Público, um
grupo que está aqui e que eu quero homenagear, se autogestionou, se
autoconstituiu, pediu um espaço, se depurou e buscou excelência naquilo que
faz. E isso se deu de tal forma, que as semanas das antiguidades, Ver.ª Séfora,
hoje se constituem numa atração turística para Porto Alegre.
O Mercado Público é composto pelos seus quadrantes,
como os Srs. Vereadores e Vereadoras sabem, e num dos quadrantes é o espaço de
feiras. Então, muita gente briga pelas feiras no Largo Glênio Peres, mas o
Largo não é espaço para feiras, até porque o espaço do Largo estava sendo
privatizado, como alguns dizem aqui. E é verdade, privatizado porque ao longo
dos doze meses, oito meses do ano, tinham estruturas montadas no Largo de
pessoas que alugavam aquele espaço por um valor módico junto ao Município e,
depois, sublocavam os estandes por R$ 800, R$ 1.000 cada um, e faziam
verdadeiras fortunas ali. O Ver. Cecchim sabe disso. O espaço de feiras,
portanto, é dentro do Mercado Público, Dr. Gil; o Mercado tem essa natureza,
tem essa destinação. E aí há os grupos de economia solidária, os grupos de
artesanato, diversos grupos, e tem, também,
os micro e pequenos empreendedores.
Nós, que sempre tivemos uma atenção muito
importante direcionada a esses segmentos, identificamos aqui um dos mais
valorosos. O Ver. Idenir Cecchim tem um projeto de lei similar, de um grupo de
economia solidária; a gestão do PT, anteriormente a nós, havia, também, cedido
uma sala nos Altos do Mercado Público para um outro grupo de economia
solidária. Então, o Mercado, ao mesmo em que é uma joia da cidade de Porto
Alegre, foi se constituindo em um espaço privilegiado para essas questões.
No Mercado Público passam, por dia, mais de 100 mil
pessoas. Entre 100 e 150 mil pessoas transitam, Ver.ª Jussara Cony, no Mercado
Público todos os dias. Agora, em dois ou três meses, o Senac vai fazer um
investimento de mais de R$ 1 milhão de reais em uma escola de gastronomia nos
Altos do Mercado Público. Nós tínhamos uma loja do Sebrae, que substituímos por
uma nova do Senac, para formar mão de obra no trend gastronômico da Cidade.
Temos certeza que o que estamos aprovando aqui
significa reconhecermos os méritos e o trabalho de um grupo que, como eu disse,
se autogeriu, se constituiu, se depurou e que conseguiu, com os seus produtos,
com o seu trabalho, virar uma referência turística para Porto Alegre, ajudando
que o Mercado seja essa joia tombada e maravilhosa que Porto Alegre tem.
Sr. Presidente, é isso o que nós estamos votando. É
uma semana somente, a cada mês, para que nós tenhamos uma feira de antiguidades
no Mercado Público, com os melhores produtos, como Buenos Aires tem em San
Telmo – todos que vão para lá querem ir à Feira de San Telmo no domingo; como
todo mundo vai a Montevidéu. Essas coisas fazem parte da nossa tradição e nós
temos muito disso arraigado aqui, conosco, no Rio Grande do Sul. São valores
que nós precisamos cultivar, estimular e continuar incentivando cada vez mais.
Portanto, Sr. Presidente, é por isso que eu me
dirijo a V. Exas. e rogo o apoio de cada um e de cada uma para que nós
aprovemos este Projeto de Lei, para conceder a esse grupo o reconhecimento que
ele merece e para darmos a Porto Alegre a oportunidade de ter instituída essa
feira de antiguidades que, como eu disse, é boa para Cidade, é boa para o
Mercado Público e é boa para a economia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
discutir o PLL nº 176/12.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar todos vocês, em
nome da Reina, por uma história conjunta que temos. Eu tenho a maior honra de
ser mãe de um artesão, um dos fundadores do Brique da Redenção, Cesar Cony, e
que foi, durante três mandatos, presidente do Brique da Redenção. Acho que a
Reina é uma das artesãs que também participou daquele processo todo, inclusive
quando foi criada a Feira de Natal no Brique. Vocês atuavam na Feira de Artesanato,
foi criada inclusive a Associação, a Artefim, em um processo de muita riqueza e
interlocução com a Câmara Municipal de Porto Alegre e com vários Vereadores,
com a Prefeitura Municipal, no sentido de dar as condições para que se tornasse
cada vez mais um espaço que hoje é referência além do Brasil. Lembro os Fóruns
Sociais Mundiais... O Brique sempre realizou em Porto Alegre atividades na área
de saúde, o Brique e a Feira de Artesanato sempre foram uma referência de onde
ir, naquele espaço, de manhã.
E o nosso Mercado Público é um patrimônio cultural
de nossa Cidade, e havia aquele espaço ali. Lembro até que, durante a Feira do
Livro de Porto Alegre, há dois anos, a Associação Gaúcha dos Escritores
Independentes, à que pertenço, e a Associação Viva a Palavra, fizemos uma
dinâmica exatamente naquele espaço dos artesãos, dos briqueiros, dos
expositores de arte e relíquias... Tenho uma relação de amizade com a Reina de
tanto tempo... Fomos vizinhas, morávamos no mesmo edifício, e falo disso na
tribuna, porque é uma luta que só quem mesmo gosta de arte e de cultura e que
traz a sua arte, as relíquias, que muitas vezes não são reconhecidas do ponto
de vista cultural, para mostrar numa cidade como Porto Alegre, que é o centro
do Mercosul, inclusive nessas relações que temos com o Mercosul, a cultura
estratégica para isso. O que está sendo votado aqui faz parte da cultura da
cidade de Porto Alegre. Por um lado, é importante para a Cidade e, por outro, é
o reconhecimento daqueles que, com muito sacrifício, fazem arte e cultura,
criam e conservam a perspectiva de mostrar o que podemos fazer como seres
humanos, com as mãos, a partir das vivências que cada artista, que cada
artesão, que cada briqueiro, cada pessoa que guarda essas relíquias, muitas
vezes com dificuldades inclusive financeiras, de ter até uma outra profissão
para poder resguardar questões como a cultura da nossa Cidade, que, enfim, é um
fator de soberania de um País, de uma Nação.
A gente vem aqui propor, solicitar aos Vereadores e
dizer da nossa votação, porque é um Projeto importante que vai sedimentar a
nossa Feira de Antiguidades, e sedimentar o trabalho, porque aquilo ali é
trabalho e tem que ser considerado como tal. Então, a nossa Bancada é favorável
para colocar isso no calendário de Eventos de Porto Alegre, no calendário
mensal de atividades de Porto Alegre. Nós temos muito ainda que discutir em
relação ao Centro de Porto Alegre, ao nosso Mercado, a certas coisas que foram
também retiradas e que eu acho que nós temos que aprofundar, que fazem parte
dessa cultura geral, porque a cultura não é apenas um setor, são vários
setores.
Eu falo aqui como Vereadora desta Cidade, que, há
30 anos, participou de todo esse processo, como mãe de um artesão e como amiga
e admiradora daqueles que conservam essa cultura das nossas antiguidades, dos
nossos artesanatos. Isso faz parte do lado humano, que nós estamos precisando
cada vez mais nessas inteirações no mundo em que nós vemos tanta violência. É
um local de convivência também, da humanização do conhecimento, da cultura, da
arte e da humanização do que há de humano em nós. Então, esse é o nosso olhar e
o nosso compromisso.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 176/12.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
a proposta do Ver. Valter Nagelstein é boa, muito boa, excelente. Se eu vim à
tribuna agora foi para demonstrar uma coerência de pronunciamento. O Vereador e
ex-Prefeito Guilherme Socias Villela é o grande idealizador do Brique da
Redenção; não fora ele, esse Brique jamais teria sido constituído em Porto
Alegre, porque eu era o seu Secretário, ele me passou a ideia, eu a assimilei,
procurei executá-la, e, felizmente, com a ajuda dele, executei bem. Então,
Vereador, se eu tenho a digital do Brique da Redenção, quem botou ali o dedo
para marcar foi o nosso querido colega Guilherme Socias Villela, com muita
honra nossa, hoje, nosso colega Vereador aqui na Casa.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu lhe agradeço
muitíssimo a lembrança. Eu quero dizer que isso se soma às tantas outras
conquistas que Porto Alegre obteve, a partir exatamente do nosso colega, hoje –
para a nossa alegria e para engrandecimento deste Legislativo –, Ver. Guilherme
Socias Villela. Agradeço a informação de V. Exa. e a generosidade em, de fato,
poder compartilhar com vocês.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu compreendo V. Exa., porque o Prefeito Villela
fez tantas coisas em Porto Alegre que, às vezes, algumas passam despercebidas.
Eu, com muito orgulho e até com suspeição, fui seu Secretário em três setores
diferentes; com muito orgulho eu fiz parte da sua Administração e sei o quanto
ela representou e representa na mudança do cenário da cidade de Porto Alegre.
Mas a minha coerência a que me referi antes é que,
em inúmeras ocasiões, eu vim à tribuna para dizer que lei tem que consolidar e
consagrar a vontade da comunidade. A gente não cria por decreto, nem por lei –
não é, Prefeito Villela? –, Brique da Redenção, Feira de Antiguidades ou
qualquer coisa. A gente precisa envolver a comunidade para que ela passe a ser
executora de uma tarefa e criadora de um empreendimento que, bem motivado, se
consolida. Foi o caso da Feira de Antiguidades do Bom Fim, que nasceu para ser
feira de antiguidades e, depois, vinculando-se à Feira de Artesanato do Bom
Fim, gerou toda essa realidade que hoje é o Brique da Redenção.
Eu voto com tranquilidade nesta matéria e recomendo
aprovação, porque, na exposição, o Ver. Valter Nagelstein já esclarece que,
desde 2009, ela vem se realizando. Então, nós estamos oficializando algo que já
está integrado no contexto da vida do nosso Mercado Público central, preservado
também por Guilherme Socias Villela, dinâmico Prefeito desta Cidade. Quando ele
chegou na Prefeitura, queriam fazer um túnel por baixo do Mercado Público
Central. Nós matamos essa ideia e, com muito pouquinho dinheiro, reformamos,
reabilitamos e consolidamos o Mercado Público Central, onde tem essa Feira de
Antiguidade que, desde 2009, vem sendo realizada e que nós agora, pela
iniciativa do Ver. Valter Nagelstein, iremos oficializar com mais um recanto,
em que a cultura e o entretenimento se misturam na cidade de Porto Alegre, e o
fazem de forma muito positiva. Quero dizer que a circunstância de essa Feira se
realizar uma vez por mês e de segunda-feira a sábado pode permitir, inclusive,
que os expositores do Bom Fim, do Brique da Redenção possam se candidatar a
participar dessas 14 bancas, número mínimo previsto no Projeto de Lei.
Tem o meu apoio, o meu aplauso e a certeza de que a
Casa, como um todo, por unanimidade, vai apoiar a proposta do Ver. Valter
Nagelstein que em boa hora consolida e consagra isso que é a criatividade dos
profissionais do mercado, apoiados pela nossa querida SMIC, já vem praticando
na Cidade e que doravante vão oficialmente praticar e constituir a Feira de
Antiguidades do Mercado Público Central de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 176/12.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Valter
Nagelstein, meus cumprimentos pelo Projeto, que é muito bom e, principalmente
para a categoria a que V. Exa. fez o Projeto. Eu conheço todo esse pessoal, fui
Secretário da SMIC, como V. Exa. também foi. Essas pessoas não são só
vendedoras de antiguidade, elas ajudam a preservar a memória das coisas
antigas. Eles não são comerciantes de produtos; eu diria que eles são
colecionadores e ajudam muito aos colecionadores levarem produtos e peças
raras. Então, quem se preocupa com isso, com a história, com o valor
sentimental de muitas peças, com o valor histórico dessas peças, tem tudo a ver
com o Mercado Público. O Prefeito Villela, que impediu que se desmanchasse o
Mercado Público, que se fizesse túnel, que se fizesse qualquer transformação e
preservaram o Marcado Público; nós conseguimos fazer, Prefeito Villela, a
restauração do Mercado. Depois de muitos anos, fizemos a restauração, quando eu
estava Secretário, e o Fogaça era o nosso Prefeito. Essa Feira de Antiguidades
completa já está acontecendo – agora, regulamentada por uma lei – vai estar no
lugar certo, no Mercado Púbico de Porto Alegre, que é a nossa joia histórica. O
Mercado Público é uma joia que Porto Alegre tem e pela qual pode se exibir em
qualquer lugar do mundo. Nós temos um Mercado Público muito importante, muito
bonito, é um cartão postal de nossa Cidade. Que bom que nós temos e vamos ter
para sempre regulamentada a Feira de Antiguidades. Então, Valter Nagelstein,
cumprimentos pelo Projeto. Não podia ser diferente: eu votarei a favor e faço
campanha para um Projeto como esse, que ajuda a preservar uma das coisas belas
e boas da Cidade: a Feira de Antiguidades lá no Mercado Público.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir o PLL nº 176/12.
O
SR. ALBERTO KOPITTKE: Boa-tarde a todos os colegas, Sr.
Presidente, a todos que nos assistem, agora já pela TV aberta, Presidente? Já
pela TV aberta, então, saúdo aqui, mais uma vez, essa grande iniciativa. Venho
aqui, caro Ver. Valter Nagelstein, cumprimentá-lo pela iniciativa, trazer aqui,
em nome da Bancada do PT, o nosso apoio a este Projeto seu e de todos os
feirantes que se encontram aqui na Casa. Tive a oportunidade de conversar aqui
com o Sr. Spolidoro e fiz questão aqui, porque, por alguns anos, tive a ótima
prática, junto com o meu pai, de colecionar selos e moedas. Então, frequentei
um pouco, e, sempre que passo, dou uma olhadinha como leigo. Só para contar
essa curiosidade de cunho pessoal: toda vez que viajo, obrigatoriamente, minha mãe não
me deixa retornar para casa sem trazer um prato que seja, uma recordação antiga
do local aonde eu fui. Então, nós temos essa cultura. E, como já foi dito aqui
pelo Ver. Cecchim, efetivamente esses espaços guardam a memória de toda uma
sociedade. Trago os nossos cumprimentos e, mais do que isso, a valorização do
Mercado Público de Porto Alegre. Mercado que foi resgatado, que foi repaginado,
praticamente reconstruído e modernizado, no sentido de suas instalações durante
as gestões do Prefeito Raul, do Prefeito Tarso. Mercado Público que muitos já
quiseram inclusive botá-lo abaixo na nossa Cidade; já quiseram, inclusive,
passar avenidas por ali, Ver.ª Sofia, por cima do Mercado Público, como bem
disse aqui o Prefeito Villela inclusive, que teve que resistir nas suas gestões
a esse tipo de movimento. Para isso que servem os espaços públicos da Cidade,
sobre os quais algumas vezes nós debatemos aqui. Os espaços públicos da Cidade
são exatamente para ter a vida e a história da Cidade circulando de maneira
contínua. Senão nós iremos todos para shopping
centers comprar em grandes lojas e nos desenraizarmos da nossa cultura, da
nossa história e da nossa Cidade. Tudo o que for bom para nossa Cidade nós
sempre estaremos juntos apoiando. Meus cumprimentos aos feirantes pela luta e
por guardarem a nossa história.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 176/12.
(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do
PLL nº 176/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, estava representando
esta Casa nos JERGS e tenho a honra de poder votar esse Projeto porque ele é
muito simbólico para nossa Cidade. Quero cumprimentar, Ver. Valter, o
acolhimento certamente da demanda dos feirantes, dos colecionadores, das nossas
pessoas que são historiadoras à sua maneira, são protetoras, guardiãs da
memória e da história, através dos elementos que trazem, expõem e oferecem à
sociedade. E casa muito com o que nós consideramos que
é a essência do Mercado Público, que é a preservação da cultura originária, popular,
da manifestação multicultural, lugar de cultura, de congraçamento, de festa, de
encontro e de possibilidade de acesso aos produtos mais naturais, de qualidade
através da organização familiar, que é o que temos muito no Mercado Público.
Quero frisar que ao
votar este Projeto, nós precisamos ter não só uma data e um lugar reservado lá,
mas regularidade, antecipação, planejamento com os feirantes para eles poderem
divulgar as suas presenças e os seus produtos. Porque eu conheço e acompanho a
história da Feira de Artesanato e sei que eles sofrem demais, porque eles nunca
sabem quando estarão, eles têm um lugar, mas são avisados em cima da hora, não
têm regularidade, não têm uma divulgação, uma valorização para a sociedade.
Portanto, a gente quer que a Prefeitura tenha de fato uma política que valorize
essas feiras, que valorize a economia solidária, os artesãos, o trabalho que
vocês fazem que é único, inigualável, de pesquisa e que precisa de apoio,
porque não tem apelo comercial. Eu vi, várias vezes, no Mercado Público, carro
sendo vendido lá dentro; o Largo Glênio Peres sendo apropriado pela iniciativa
privada. E esses lugares nobres são exatamente para nossa manifestação
cultural, artesanal. E eu considero os nossos antiquários nessa categoria, uma
categoria diferenciada da comercial, da larga escala, da disputa de mercado. É,
na verdade, uma ação afirmativa, um acolhimento, um respeito, um investimento
na nossa história, na nossa memória. E essa política tem que ser uma política
para o Mercado Público e para vocês que fazem esse trabalho tão bem. Nós não
concordamos, a sociedade tem reagido com a apropriação privada dos espaços
públicos, dos espaços nobres. Nós queremos que a artesania volte para o Largo
Glênio Peres, que a população a encontre e aprenda com isso a valorizar, a
adquirir, a comprar pelo conhecimento da existência, pela relação com vocês,
que trazem toda uma qualificação em torno do seu produto. Então, essa mediação
é indispensável para que essas feiras aconteçam. Nós votamos, apoiamos, mas com
esse compromisso, Ver. Valter Nagelstein: queremos que a Prefeitura apresente
um calendário com antecipação e que tenha uma política de divulgação, Ver.
Cecchim, porque os artesãos se ressentem disso; espero que vocês não se
ressintam.
Sucesso, parabéns
pela iniciativa, que ela fortaleça esse trabalho tão precioso para a nossa
história, para a nossa dignidade, para a nossa estética e para a identidade da
cidade de Porto Alegre e do Mercado Público também. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.
Sofia.
Em votação o PLL nº
176/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(Palmas.)
Parabéns a vocês por
mais essa conquista.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 066/13
– (Proc. nº 1062/13 – Ver. Jussara Cony e outros) – requer Moção de Solidariedade com familiares da Srª Márcia Santana,
Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres do Estado do Rio Grande do
Sul.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 066/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 095/13 – (Proc. nº 1569/13 – Ver. Alberto Kopittke) – requer Moção
de Solidariedade com a Presidenta Dilma Rousseff, pela decisão de destinar 100%
dos royalties do Pré-Sal para a
educação pública.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 095/13. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 095/13.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas,
muito boa-tarde, mais uma vez, venho pedir o apoio de todos para que possamos votar
e aprovar uma Moção de Solidariedade que apresentei à Casa, que vem dar apoio à
iniciativa que a Presidente Dilma teve de reservar 100% dos recursos dos royalties do Pré-Sal para a Educação do
nosso País.
Como todos sabem,
nós, muitas vezes, aqui, de todos os Partidos políticos, repetimos que a
Educação é o grande elemento estratégico do País, seja para vencermos a
violência, para desenvolvermos e melhorarmos a nossa competitividade, para
melhorarmos os índices de saúde, vencermos a pobreza. A Educação é a grande
chave do futuro. E os royalties do
Pré-Sal significam o acesso a essa chave.
Essa luta é de
diversos movimentos sociais, de movimentos da Educação – aqui está a Ver.ª
Sofia Cavedon, que faz parte, é uma lutadora aguerrida pela educação pública de
qualidade e universal no nosso País. Aproveito para lembrar do ex-Governador
Brizola, por exemplo, do Senador Cristovam Buarque e de tantas outras
lideranças do nosso País, dos mais diversos Partidos, que dedicam a sua
história e a sua vida para que o País tenha uma educação pública efetivamente
inclusiva no século XXI. Para isso, precisamos de recursos. E esses royalties do Pré-Sal vão permitir que o
Brasil atinja, finalmente, aquela marca que é perseguida pelos brasileiros
desde o primeiro Plano Nacional de Educação, que é dedicarmos 10% dos recursos
do PIB para investimentos na Educação brasileira. Nós precisamos que os filhos
de todas as classes sociais tenham uma educação de qualidade, uma educação que
desperte no jovem as suas melhores habilidades, os seus melhores potenciais. E,
infelizmente, o que temos hoje, em razão de um legado histórico, é uma educação
pública com tantos problemas, com tantas debilidades, com pouca valorização dos
professores e dos demais profissionais de escola, uma escola que ainda não
ingressou no século XXI. A escola pública ainda está no século XIX, uma escola
que trabalha, muitas vezes, em quadro e giz e não utiliza as novas tecnologias
como ferramentas de desenvolvimento humano. Então, trago aqui a Moção, pedindo
o apoio dos caros colegas, para que nós possamos transmitir, tanto à Presidente
Dilma quanto ao Vice-Presidente Temer esse pedido de mobilização social que eles
fizeram no dia 1º de Maio, para que toda a sociedade leve aos Parlamentares
Federais, aos Deputados e Senadores, o apelo para que o nosso Congresso
Nacional, da maneira mais rápida possível, possa aprovar e garantir que essa
riqueza natural possa se transformar na riqueza humana de que o nosso País
tanto precisa. Trago este pedido de apoio aos colegas e que nós possamos
usufruir o mais rápido possível, como sociedade, de um País com uma educação
efetivamente desenvolvida como o mundo hoje requer, e o povo brasileiro precisa
e luta tanto por isso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 095/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, por que mais uma Moção? Porque é importante.
Nós já votamos aqui um apoio lá no início, porque a Presidente Dilma Rousseff,
Ver. Alberto Kopittke, já é pela 4ª vez que se manifesta ao Congresso e tem se
manifestado sistematicamente à Nação Brasileira, porque ela tem a clareza de
que o Brasil precisa colocar mais recursos na Educação. E porque ela é séria e
consequente com a legislação que faz, que promulga, que discute com o Congresso
e são esses os elementos que quero trazer aqui. Nós temos um Plano Nacional de
Educação, encerrou a validade no ano passado, e um novo Plano em discussão no
Senado. E o Plano do Senado indica 10% do PIB para a Educação, em 10 anos – são
10%! Vejam, os 10% saíram da Conferência Nacional de Educação, dos educadores,
mais de 10 mil que se mobilizaram em 2007 e 2008. O Governo tentou negociar com
o Congresso, e colocar em 7%. Não! O Congresso, influenciado pelos movimentos
sociais, acolheu os 10%. E agora não vota os royalties para a Educação! Determinou os 10%, nós defendemos os
10%, eu defendo os 10%, e o Congresso não corresponde e não responde de onde
tira os recursos. A Presidente da República está dizendo que tem um recurso
novo, porque se pegar o recurso velho, vai ter que discutir com a Saúde. Vai
tirar da Saúde? Vai tirar da Segurança? Vai tirar de onde? Tirar da Seguridade
Social? Da Pesca? Do Meio Ambiente? Não! Tem um recurso
novo que o Brasil descobriu, que está investindo, e a Presidente está dizendo
que tem que tirar dali o recurso da Educação, mas o Congresso não vota. Esta
Casa já manifestou uma vez, no início deste ano, quando encaminhou uma Moção de
Apoio e vamos encaminhar novamente. A Presidente Dilma é consequente quando
fala que todas as criança têm que estar na escola. Quando 14 milhões de
famílias recebem Bolsa Família, um Programa que está vinculado a que as
crianças e adolescentes tenham que frequentar a escola senão a família perde o
benefício. A Emenda nº 059 da Constituição brasileira determina que, até 2016,
todas as crianças de 4, 5 anos estarão na escola, e os adolescentes, até 17
anos; hoje a obrigatoriedade é de até 14 anos. Se a gente determina por lei, e
se os Municípios, Estados e União estão se reorganizando para até 2016 ampliar
desse jeito, de 4 a 17 anos todos estejam na escola, significa que terá que
haver mais recursos, senão a Educação será mais pobre, será mais miserável
porque bota mais gente. Temos quase 50% dos nossos jovens nas regiões urbanas,
de 15 a 17 anos fora da escola. Portanto, precisamos de mais recursos, de uma
escola melhor, de professores mais bem pagos. Então, não tem como o Congresso
dizer que o piso continua na mesma lógica, reajustado pelo Fundeb, porque é
isso que o Congresso está dizendo e não vota os royalties para a Educação – é irresponsável da parte do Congresso
Nacional.
Então, esta Moção faz
a pressão da cidade de Porto Alegre, mais uma vez, e
deste Parlamento, que é sério quando trata de recursos públicos, quando faz
proposições. A Educação não poderá fazer essa cobertura, não poderá aumentar de
qualidade, não pagará o piso com uma excelente carreira no País inteiro, porque
pagar o piso acabando com a carreira, colocando 5%, 10% entre os níveis, aí é
piada, porque o professor vai ganhar, como teto, o piso, e alguns Estados estão
fazendo isso para pagar o piso.
Nada
disso vai acontecer se não encontrarmos recursos para a Educação, recursos
novos, mais recursos; queremos chegar aos 10% do PIB. Estão aí as vagas
públicas nas universidades federais, estão aí os institutos federais, o Governo
Federal está fazendo a sua parte, está dizendo: nós precisamos colocar os
recursos do Pré-Sal na Educação. Então, Kopittke, parabéns pela iniciativa! Nós vamos
votar aqui para fortalecer esse novo rumo que a nossa Presidenta está dando ao
País.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Sofia. Em votação o Requerimento nº
095/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo solicitação da Ver.ª Sofia Cavedon para
representar a Câmara Municipal de Porto Alegre no evento de Abertura dos Jogos
Escolares do Rio Grande do Sul – JERGS, que ocorreu hoje, conforme convite
anexo. A Vereadora esteve lá representando esta Casa e já está presente nesta
Sessão votando os processos da Pauta.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 17h51min): Encerrada a Ordem do Dia
Passamos às
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Eu
venho a esta tribuna para fazer uma referência ao meu colega, Ver. Tarciso
Flecha Negra, que amanhã coordena um encontro aqui nesta Casa para tratar do
Museu do Negro. Vejam, Srs. Vereadores, o Ver. Tarciso, há muito tempo, trata
desse assunto e o defende com muita legitimidade. Como negro, também é um
defensor da cultura negra, assim como nós somos, Ver.ª Jussara Cony, na medida
em que estamos seguidamente propondo aqui e defendendo a questão do Parque
Temático da Cultura e do Folclore Gaúcho. A cultura gaúcha contempla todas as
etnias, e nós, há tempos, fazemos essa defesa. Um dia queremos ver um Parque
Temático da Cultura e do Folclore aqui em Porto Alegre. A Capital internacional
dos gaúchos – digo internacional, porque nós temos gaúchos no mundo inteiro. No
dia em que tivermos a oportunidade de apresentarmos aqui na Capital um Parque
Temático da Cultura e do Folclore, contemplando os usos e costumes das etnias
que formaram e formam o povo gaúcho, Porto Alegre estará, com certeza, dizendo por que é a Capital de todos os gaúchos.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra, amanhã, coordenará um encontro em defesa do Museu do Negro, e nós não
poderíamos deixar de fazer um apelo a quem nos assiste e aos Vereadores, para
que prestigiem esse momento. É de suma importância que possamos fazer este
registro em razão da importância do negro na formação do gaúcho.
Há poucos dias, eu
fazia referência, também desta tribuna, ao colono negro. Eu, que tenho origem lá no Interior, para não dizer e para dizer,
com muito orgulho, que vim da colônia, sou italiano. Muitos pensam, quando se
fala em colono, que se está falando no colono alemão, italiano, polonês, enfim,
de todas as etnias, de todas as raças; mas não; nós tivemos e temos negro
colono. Por isso a importância de se contemplar a cultura negra que, quer
queira ou não, temos que admitir, ainda está marginalizada na medida em que nós
não temos uma valorização maior, um destaque maior dentro daquilo que nós temos
apresentado aqui na Capital. O Tarciso faz, com muita propriedade, como eu
dizia, essa defesa. E nós queremos, além de apoiar, chamar a atenção para a
importância do trabalho que o meu colega de Bancada, Ver. Tarciso Flecha Negra,
faz na medida em que vem defendendo essa proposta desde o início do seu
mandato.
Nós temos um Projeto
de nossa autoria, que está parado a pedido do Executivo, que trata da Marina
Pública da Harmonia. O nosso Guaíba, em termos de marina, é explorado pela
iniciativa privada. Muitos clubes detêm essa exploração privada aqui em Porto
Alegre. Nós não queremos tirar desses clubes; não, não é isso! Mas nós
gostaríamos de ver uma marina pública funcionando aqui em Porto Alegre. Por
isso, lá em 2005, protocolamos um Projeto, ele vem com uma certa dificuldade em
razão da possibilidade jurídica de um Parlamentar propor, mas agora estamos
aguardando, a pedido do próprio Executivo e também do Ver. Tarciso, que pede
para que se estude a possibilidade de trocar o nome da marina, deixando ela de
ser Marina da Harmonia, passando a ser Marina Almirante Negro. Estamos
aguardando um acordo com o Executivo para enfrentarmos a votação desse Projeto
e vamos atender, sim, o pedido do Ver. Tarciso Flecha Negra. Se pudermos, vamos
propor a mudança no nome, passando a marina a se chamar Almirante Negro.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Mario
Fraga está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente Dr. Thiago, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; eu aproveito para divulgar o Projeto de
Lei que protocolei na semana passada. Ele pretende determinar que os
concessionários de bicicletas, ou os que disponibilizam bicicletas para aluguel
na cidade de Porto Alegre disponibilizem, junto com as bicicletas, capacetes
para proteção do usuário. Essa intenção de legislação vem suprir uma lacuna.
Nós percebemos que isso não está sendo praticado na cidade de Porto Alegre, que
o aluguel de bicicletas tende a crescer, tem um grande apelo, a população está
gostando, está utilizando, e não há ainda, no Código de Trânsito, a previsão da
obrigatoriedade de uso do capacete, para o meu espanto.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia Cavedon, eu aproveito que a
senhora está falando de bicicletas no seu Projeto. Eu tenho também percebido
que, em outras cidades, como o Rio de Janeiro, onde as bicicletas são locadas,
principalmente nos parques, elas têm as cadeirinhas para crianças. Quem sabe
aqui também poderíamos ter essa adaptação? Geralmente as pessoas levam as
crianças para passear no parque. Gostaria de que se adaptassem as cadeirinhas
para as crianças passearem junto.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito bem, Ver.
Brasinha, eu gosto da ideia e sugiro a V. Exa que faça uma emenda ao Projeto
que apresentei, porque a cultura de pais levarem crianças na carona também é
uma cultura bacana, positiva e que está aumentando de frequência. Mas ela
também nos alerta para o risco de qualquer pessoa andar de bicicleta sem
capacete. Exatamente como foi o processo dos motociclistas, que resistiram, no
início, a usar capacete. Eram muitas as pessoas que andavam de moto e que
levavam o capacete protegendo o cotovelo – como a gente brincava –, e hoje
todos compreendem a importância de utilizar o capacete. Assim também foi com o
cinto de segurança. Houve bastante resistência, e hoje todos nós nos sentimos
mais seguros usando o cinto, e todo mundo usa. Assim nós precisamos incorporar
o uso do capacete no andar de bicicleta.
Nós temos tido
notícias de acidentes com bicicleta sem o uso de capacete: são as notícias de
fatalidade. No início deste ano, morreu o jovem Cauã, filho de amigos nossos,
23 anos, descendo a Av. Plínio Brasil Milano, foi uma grande dor para todos.
Foi um acidente, ele bateu num carro – ele que bateu, que trombou num carro –,
estava sem capacete, teve morte na hora, e não tem o que repare esse tipo de
situação. Eu já perdi um professor da minha Universidade Estadual do Rio Grande
do Sul, um professor de Educação Física, um professor de natação, o Prof.
Guimarães, que caiu – foi um tombo bobo – aqui na beira do Guaíba, bateu a
cabeça no meio-fio e não sobreviveu.
Então, não dá para
continuarmos arriscando a vida dos nossos cidadãos e cidadãs. Uma concessão
pública tem que ser exemplar porque, se há uma política pública concedida e não
exige o uso do capacete, ela vai, na verdade, induzir a não usar o capacete.
Nós precisamos incorporar esse equipamento, com certeza.
Por outro lado, tem
uma outra dimensão muito importante que eu percebo. Eu uso a bicicleta nos
sábados, nos domingos – nos domingos, quando a agenda permite – e percebo que a
pessoa que anda com capacete é mais respeitada porque ela está com equipamento,
ela está adequada ao uso da bicicleta; ela é mais respeitada pelos motoristas.
O motorista de automóvel, de ônibus olha para o ciclista ainda como estorvo,
situação que nós precisamos alterar. Mas, se a pessoa está com capacete, o
motorista já começa a olhar de outro modo: “O ciclista está fazendo a parte
dele, ele está protegido. Eu preciso também fazer a minha parte”. É uma mudança
de cultura que passa – como não há uma legislação federal exigindo – por uma
normatização municipal. Eu faço um apelo aqui ao nosso querido Diretor da DL e
a sua equipe: que a gente possa acelerar a tramitação inicial do Projeto,
porque a gente prevê uns seis meses de adaptação. Inclusive para as que
já estão instaladas, mas que, nos novos contratos, seja de imediato...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1073/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/13, de autoria do Ver. Dr. Thiago, que
institui a Política Municipal de Internação Compulsória de Dependentes Químicos
e dá outras providências.
PROC.
Nº 1409/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/13, de autoria da Verª Lourdes Sprenger, que
inclui a efeméride Dia do Biólogo no Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre – Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010, e alterações posteriores –, no dia 3 de setembro.
PROC.
Nº 1459/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/13, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o Troféu Câmara
Municipal de Porto Alegre à Associação de Assistência à Criança Deficiente –
AACD.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2508/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/12, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
denomina Rua Monte Carmelo o logradouro público não cadastrado conhecido como
Rua C – Loteamento Nossa Senhora da Esperança –, localizado no Bairro Belém
Velho.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Lourdes Sprenger está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Idenir Cecchim está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Colegas, Presidente, encerrando aqui a nossa tarde, produtiva, em que
aprovamos diversos Projetos, venho discutir a Pauta para dar um seguimento a
uma discussão muito importante, algo que o senhor corretamente apresentou à
nossa Cidade, que é sobre a política municipal de internação compulsória de
dependentes. É um tema muito complexo, muito importante e requer de nós – não
especificamente apenas o tema da internação compulsória, que ganhou muita força
pela mídia, inclusive muitas vezes a população não compreende que esse
instrumento já está previsto na Lei da Reforma Psiquiátrica, de 2001... O
Projeto do Deputado Federal Osmar Terra, na verdade, não criou a internação
compulsória; o que ele faz, Ver.ª Sofia, é acabar com todas as garantias sobre
qual o estabelecimento em que essa pessoa será internada, abrindo um leque de
maneira totalmente descontrolada para inúmeros estabelecimentos que não têm
controle público, nem sequer sobre a sua qualidade. O que os movimentos vêm
debatendo é exatamente que se dê prosseguimento àquilo que já consta no Sistema
Único de Saúde, o que é uma luta histórica, na qual temos que avançar, não
retroceder; seguir vencendo os problemas do nosso SUS, do Sistema Único de
Saúde, que é uma conquista de todos os brasileiros – e eu falo como usuário do
SUS, porque decidi não ter plano de saúde. Os problemas do SUS têm que ser
vencidos aprofundando o SUS, e não abrindo mão dele.
É nesse sentido, da importância do debate sobre as
drogas, que eu quero trazer à Casa e sugerir que os cidadãos que nos assistem
possam ter acesso à Revista Carta Capital desta semana, que traz uma capa
bastante chamativa, com folhas de maconha e armas de fogo, mas o seu interior traz
um debate da mais alta qualidade. Eu não recordo de já ter visto em alguma
outra revista do País um debate com tanta qualidade, sem adjetivos, sem
preconceitos, sem questões morais, mas com uma discussão técnica. Estamos todos
do mesmo lado, todos queremos vencer o tema dos usuários dependentes de
substâncias. A questão toda, e aí, sim, temos diferenças, é sobre qual caminho
que o País quer seguir em relação ao tema das drogas.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Quero cumprimentá-lo, e agradecer a oportunidade do aparte. Quero somente fazer
um registro, e não é a primeira vez que o faço: lamento profundamente que nós,
aqui na Capital gaúcha – eu já fiz esse teste pegando uma fotografia de um pé
de maconha e de um pé de erva mate –, desconhecemos o pé de erva-mate e, no
entanto, sabem identificar perfeitamente o pé da maconha. Isso é lamentável!
Não é uma crítica, somente uma observação. Eu agradeço pelo aparte.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Com certeza, e a erva-mate faz parte da nossa cultura e também tem
substâncias estimulantes que requerem cuidado no seu uso, que usada de maneira
excessiva, como qualquer outra substância, também traz seus males.
Mas a matéria, rapidamente, diz que a guerra no
combate às drogas, nos Estados Unidos, nos últimos 40 anos – na verdade, guerra
às drogas significa uma opção de tentar superar o problema através da repressão
armada, policial, das forças armadas dos países –, tem se mostrado
completamente inócua, a não ser para as indústrias de armas do mundo. Apenas os
Estados Unidos, nesses 40 anos, já gastaram um trilhão de dólares; saltou de 38
mil presos por porte de drogas para 500 mil presos. Hoje, 80% dos americanos já
pedem uma nova política sobre drogas. A revista traz a experiência de diversos
países do mundo que optaram, sim, como bem colocou o Dr. Thiago, que nós
precisamos, realmente, estruturar um sistema de cuidado. Nós temos muita
semelhança nesse sentido. E é isto o que a matéria diz: os países que optaram
em acolher os usuários, informar a sua juventude para que ela tenha mais poder
de opção, são aqueles países que estão vencendo a violência e que estão,
efetivamente, diminuindo o consumo de substâncias. Precisamos, realmente, abrir
os nossos olhos, e pensar uma política que funcione, uma política humana, sem
soluções simplistas e, de forma alguma, sem mais violência, que é a realidade
em que nós estamos hoje.
Então, eu sugiro a todos os amigos e a todos os
colegas que leiam essa revista, que cita que apenas um dos cartéis do México –
os cartéis são os maiores favorecidos, também, dessa política, que é a maior
economia do mundo, diga-se de passagem, com 400 bilhões de dólares por ano –, o
cartel de Cidade Juárez, tem 18 submarinos, mais de dez boeings 727 e várias
companhias de táxi-aéreo para levar drogas para os Estados Unidos. É esse o
caminho que nós queremos para o Brasil? Com certeza, não. E nós estamos unidos,
eu tenho certeza disso, todos os colegas aqui, no mesmo objetivo. Vamos, com
certeza, construir um debate produtivo. E, quem sabe Porto Alegre, com seu
protagonismo, possa ajudar o País a encontrar um caminho para esse difícil
desafio que são as drogas e o consumo excessivo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Márcio Bins Ely está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está
com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Dr. Thiago, V. Exa. valorizou a minha presença no plenário, então eu
estou retribuindo, valorizando o seu Projeto. Eu tenho muitas discordâncias com
o Ver. Reginaldo Pujol, mas uma vez ele subiu aqui e disse: “Olha, Vereadora,
eu poderia passar indiferente a ele, mas vim fazer o debate.”
O Ver. Alberto Kopittke já colocou vários
elementos, e eu gostaria que nós pudéssemos continuar fazendo esse debate,
porque ninguém vai tratar de forma leviana e achar que há soluções simplistas
para o tema da drogadição, pois não há. Não há mágica e, por isso mesmo, essa
série de reações a um projeto que tira garantias do livre arbítrio do cidadão –
não o seu, obviamente, mas o projeto em debate no Congresso Nacional;
inclusive, lhe franqueio o aparte, Vereador-Presidente. O que temos claro é que
precisamos de um processo continuado de referenciamento. O que é isso que
parece difícil? É o estabelecimento de vínculos, porque o sujeito, a pessoa, o
homem ou a mulher que acaba se envolvendo com a drogadição construiu uma forma
de funcionar e de se organizar que responde a uma conjuntura complexa, Ver.
Sgarbossa, extremamente complexa, vulnerável muitas vezes – às vezes não é a
vulnerabilidade material, mas é a vulnerabilidade afetiva, orgânica. Então, não
é um tratamento ou internação compulsória que pode aliviar as nossas
consciências, a dor de pais ou mães por 15 dias, por 30 dias, que resolvem a
complexidade do sujeito, do ser humano que está dependendo da droga para viver.
O processo continuado de referenciamento, de abordagem, de apresentação de
alternativas é o mais indicado.
O Ver. Kopittke já falou que o Sistema Único de
Saúde prevê todos esses elementos, ele não se realiza como gostaríamos, essa é
que é a verdade. Temos situações do debate aqui do CAPS Porto Alegre, do PAM-3,
e assisti no final do mês, quando houve toda a paralisação, o envolvimento dos
funcionários e lideranças locais, Ver. Bernardino, aqui na Glória/Cruzeiro e
Cristal, o depoimento de um educador que faz abordagem de situação de
drogadição, e ele dizia: “Olha, eu conquisto, chego, levo um tempo e consigo
que o adolescente tome a decisão de se tratar, porque essa é a questão mais
importante, às vezes não é a primeira, mas a mais importante e determinante do
sucesso de uma superação de drogadição”. Ele chega no posto de saúde e a situação
que ele encontra é degradante; chega alguém sendo internado, alguém sendo
contido em surto, situações de espaço físico não adequado, Ver. Bernardino; às
vezes o posto também não é tão limpo; e ali tem várias situações, como o
pessoal acomodado no chão, as emergências superlotadas... E o jovem desiste.
Nós precisamos investir, de fato, em boas políticas
públicas de saúde que funcionem, que sejam sistêmicas, que tenham
encaminhamento para a pós-internação quando ela é consentida, construída com a
família, com o sujeito; que as fazendas de recuperação de fato tenham
interlocução com a vida, com a família; que os jovens, em especial, tenham
alternativas para o contraturno da escola, para o desenvolvimento de projetos
de trabalho, de cultura, de socialização, o que não acontece. Muitas vezes
acontece internação e, bom, terminou a internação, não tem mais nada para a
juventude.
Então, o nosso debate é de um investimento pleno do
Sistema Único de Saúde, nas alternativas – esta também – em situações muito
circunstanciadas, mas especialmente no investimento da construção de vínculos:
vínculos com diferentes profissionais de Saúde, vínculos com profissionais da
Assistência Social, vínculos com a Educação; trabalho integrado, ação integrada
dessas áreas todas, que é o que pode ter sucesso além, obviamente, da ação de
segurança pública, da ação de repressão ao tráfico de drogas de forma mais
geral. Desmistificar esse tema como um tema simples de resolver é muito
importante. Solução mágica não existe; aparentemente a internação compulsória é
uma solução mágica, não existe. Trocar dependência de droga por dependência de
remédios, bom, pode durar um período curto. Nós precisamos de pessoas tomando
decisões diferentes sobre a sua vida e apoiá-las para isso.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Bernardino Vendruscolo reassume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver.ª Sofia Cavedon.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. DR.
THIAGO: Obrigado, Vereador. Eu subo à tribuna, Ver. Kopittke, Ver.ª Sofia, Ver.
Marcelo, Ver. Cassio, Ver. Elizandro, Ver. Brasinha, para discutir,
efetivamente, o Projeto da internação compulsória. Eu acho importante, Ver.
Kopittke, também nós colocarmos os nossos pontos de vista, que são diferentes.
Por exemplo, a Revista Carta Capital eu não cheguei a ler, V. Exa. acabou me
dando esse artigo que vou ter o prazer de ler, mas, pela capa, eu vou lhe ser
franco, eu sou contrário. Já me posicionei desta tribuna, inclusive, quando tinha
plateia aqui. Eu sou contrário à legalização das drogas, independentemente de
qual for. Eu sou contrário à legalização da maconha; eu tenho visto, na prática
médica da ponta, que a maconha, assim como o álcool, são as portas de entrada
do processo todo da drogadição. O pitico, que é aquele cigarro de maconha
dentro do qual nós temos cocaína, ele é o início do processo de drogadição,
principalmente nas escolas. Os “aviõezinhos”, aquelas crianças que cuidam do
tráfico, elas disseminam, na idade escolar, essa droga que, a princípio, é tida
como só um cigarro de maconha, como início de todo esse processo.
Então, eu quero deixar bem claro que sou contrário
à legalização da drogadição. Esse tipo de capa, para mim, é apologia à droga.
Eu estive, neste fim de semana, transitando na
Internet, Ver. Elizandro Sabino, e me chamaram muito a atenção os
pronunciamentos da Dr.ª Damares Alves. Estou procurando alguns subsídios para
identificar se realmente esses livros educativos da área que exerço, da
ginecologia e obstetrícia, principalmente da educação sexual, estão colocados
dessa forma, porque, se estão colocados dessa forma, ou seja, livros
institucionais, livros governamentais, nós temos problemas no que se refere a
isso. E amanhã nós vamos ter aqui, inclusive nesta Casa, uma audiência pública
contra a exploração sexual de jovens e adolescentes. Aproveito este momento
para convidar, não só os Vereadores, mas o público ouvinte e os telespectadores
para participar desse evento. Ver. Elizandro, são mais de 385.820 visualizações
na Internet, quase meio milhão de pessoas já viu essa exposição em que ela faz
um contraponto a algumas questões que estão sendo colocadas e dá um outro ponto
de vista: o de erotização precoce das crianças, um ponto de vista vinculado não
especificamente a como se utilizar a droga. Quando se fala em redução de danos,
tem-se que falar para um público específico e não se massificar esse tipo de
situação como se fosse normal, como se ela fosse a rotina normal das pessoas,
das famílias. Então, a gente está analisando especificamente isso, mas acho que
é muito importante sermos bastante criterioso nesse processo.
Com relação à questão da internação compulsória, eu
quero dizer que a gente considera que isso possa ser uma alternativa, uma forma
de dar possibilidade de as famílias poderem ajudar os seus entes queridos. Não
se quer aqui cercear liberdade de ninguém, nem ir contra ao que já está
estabelecido em termos de Direitos Humanos, que esta Nação levou tanto tempo
para avançar. Então, o que se quer é garantir alternativa de tratamento. É isso
que a gente está se dispondo com esse Projeto de Lei.
Só para finalizar, Ver. Bernardino, na semana
passada, me procuraram no consultório duas pessoas, que inclusive me mandaram
mensagem hoje à tarde. Era Sandro o nome do rapaz que iria consultar. Eu o
chamei, e daqui a pouco se apresentaram duas pessoas, Ver. Brasinha. Eu
perguntei: algum de vocês se chama Sandro? Eles responderam: "Não, Doutor,
mas nós queremos conversar com o senhor”. Eles entraram e disseram: “Doutor,
não sei se o senhor lembra, mas o caso do Sandro apareceu no jornal Diário
Gaúcho em fevereiro deste ano”. Eu respondi: Lembro-me vagamente. Eles
continuaram: “Pois é, nós estamos aqui, somos os pais dele – eu sou a mãe, e
ele é o pai – infelizmente a consulta estava marcada para ele já há duas
semanas e ele não pôde comparecer, porque acabou sendo pego num assalto. Ou
seja, ele foi roubar para obter a droga e acabou sendo preso. Nós estamos
saindo daqui da consulta e indo visitá-lo no Presídio Central. Então,
efetivamente ele gritou, e nós gritamos pedindo ajuda, em todo esse momento,
sem termos a possibilidade de internar o nosso filho.”
Então, para situações como essa e outras situações
mais graves, que a gente acaba vivenciando lá no DML como médico legista –
agora estou licenciado, mas vivenciei lá no DML–, é que queremos poder ter essa
alternativa de ajudar essas pessoas, internando quando elas estão nesse momento
tão crítico, que é o uso agudo principalmente do crack. Muito obrigado pela compreensão, Ver. Bernardino.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir a Pauta.
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver.ª Sofia Cavedon,
“professorona”. A senhora gosta que eu chame a senhora de "professorona”?
É com o maior carinho que eu digo, brincando para a senhora, “professorona”.
Ver.ª Sofia Cavedon, eu também vejo que o seu Projeto das bicicletas realmente
é interessante; certamente a senhora terá também o meu apoio porque, realmente,
quando eu fiz aquele aparte a V. Exa., era para dizer que eu acho interessante,
porque geralmente o cidadão, a senhora, o pai ou a mãe saem e levam o filho
para passear em um parque, e também, geralmente são crianças com dois, três,
quatro anos que podem, quem sabe, aproveitar o passeio, ter uma cadeirinha
adaptada na bicicleta. Então, eu acho que o seu Projeto é muito importante para
a Cidade, é importante para Porto Alegre. Enfim, tudo o que puder melhorar para
Porto Alegre é importante.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Alceu Brasinha, quero agradecer o aparte, até porque eu estou
aproveitando as inscrições que encerraram. Primeiro, quero dizer que apoio
evidentemente a proposta. Ainda que já tenha dito, Ver. Dr. Thiago, tenho
dúvidas sobre a possibilidade jurídica de legislarmos, no âmbito municipal,
sobre esse assunto, mas o Ver. Dr. Thiago, por ser médico, traz um assunto de
suma importância, e eu quero dizer mais: acho que todos nós, o Prefeito, enfim,
estamos com intenções, vamos dizer assim, das melhores, para amenizar, porque
tentar resolver isso é quase que impossível. Mas uma proposta que eu vejo, Ver.
Alceu Brasinha, que seria importante, é que o Executivo criasse um Grupo de
Trabalho e contemplasse pessoas que conhecem o assunto, como o Ver. Dr. Thiago,
por ser médico, porque nós precisamos enfrentar isso. Na verdade, como é que
nós vamos esperar de um doente drogado, a condição de ele avaliar, Ver. Alceu
Brasinha, o que é bom para si, o que lhe é bom. O que nós podemos esperar de um
doente drogado? Ele vai decidir se vai concordar com a internação ou não? Quer
dizer, é importantíssimo esse debate. Eu quero cumprimentá-lo e obrigado pelo
espaço, mas o Ver. Dr. Thiago traz um assunto que esta Casa precisaria debater
muito mais.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Ver. Bernardino. Eu tenho também um outro Projeto que venho
estudando há algum tempo, Vereadores Sofia, Alberto e Marcelo. As cidades
grandes cada vez estão mais engarrafadas e com mais problemas. Eu e o Marcelo
temos Projetos justamente sobre o trânsito. Eu tenho um Projeto que altera, em
alguns pontos da Cidade, a velocidade; V. Exa. também tem um Projeto que é para
baixar a velocidade. Nessa linha, sabemos que Porto Alegre tem grandes
problemas no dia a dia do trânsito. Há muitos carros, muitas pessoas andando.
Eu tenho um Projeto que tenho estudado muito, tenho pesquisado, Ver.ª Sofia,
Ver. Sabino, Ver. Cassio Trogildo, alternativas para que seja adaptado, para
cada vez que se apresente um Projeto de construção de um grande shopping ou hospital, que haja também a
construção de helipontos na Cidade. Praticamente as grandes cidades já têm
projetos de leis que obrigam, quando se faz a planta, a construir também um
heliponto. Nós temos em Porto Alegre alguns prédios em que já existem esses
helipontos para os helicópteros pousarem. E não só pensando no bem-estar do
cidadão que, quem sabe pode comprar um helicóptero, mas nos hospitais, na
Brigada Militar, na Polícia Civil que tem helicópteros e alguns empresários,
que se fizessem alguns helipontos na Cidade, Ver. Dr. Thiago...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: ...que obrigatoriamente os hospitais, como o Grupo
Hospitalar Conceição, o Cristo Redentor, enfim, todos os hospitais tivessem
heliponto para socorrer as pessoas vítimas de alguma tragédia. Por exemplo, na
tragédia de Santa Maria, teve de ser feito um aparato para se chegar ao Pronto Socorro,
ali no Parque Ramiro Souto. Foi um horror para aterrissarem os helicópteros.
Então, caso houvesse heliponto no Pronto Socorro não aconteceria isso,
automaticamente ele pousaria, sem problema no trânsito, sem problema algum. E, assim, sucessivamente, que as construções novas tenham heliponto.
Este Projeto que estou apresentando...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Elizandro Sabino está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente,
neste momento de discussão preliminar de Pauta, queremos manifestar aqui a
nossa palavra de apoio ao Projeto apresentado pelo Ver. Paulo Brum, da nossa
Bancada, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre à Associação de
Assistência à Criança Deficiente – AACD. Neste importante Projeto e importante
homenagem à AACD, nós queremos fazer uma referência e nos associar, tendo em
vista que a AACD é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha há
mais de 62 anos pelo bem-estar de pessoas com deficiência. Ela tem o objetivo
de tratar crianças e adolescentes com deficiências físicas e inseri-los na
sociedade. A AACD desenvolve próteses, faz adaptações para cadeiras de rodas e
muitos outros equipamentos para melhorar a qualidade de vida de pessoas com
deficiências físicas.
Como Conselheiro
Tutelar que fui e atuei na cidade de Porto Alegre, durante seis anos, em muitas
ocasiões nós enfrentamos essa situação pontual de estar diante de uma família
que possui uma criança ou um adolescente portador de deficiência. Existem
muitas dificuldades de acesso para que esse deficiente tenha um tratamento
digno, um tratamento que venha a ser, de forma técnica, dentro de uma
profissionalização voltada para esse tipo de crianças com deficiência, e nós
enfrentamos essa realidade em Porto Alegre.
O Estatuto da Criança
e do Adolescente, no art. 54, inc.III, diz que deve ser assegurado à criança e
ao adolescente o atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência; e, no inc. VII, o atendimento no Ensino Fundamental, através de
programas suplementares, de material didático, transporte, alimentação e
assistência à saúde. Vejam: transporte! Está esculpido na Lei Federal nº 8.069,
que é o ECA, o transporte. Aqui, para fins de registro, queremos deixar a
importância do transporte social. Muitas das famílias dessas crianças que
acessam a AACD, o Educandário São João Batista e outras entidades que
desenvolvem esse brilhante trabalho não dispõem de condições e de viabilidade
para levar seus filhos e filhas deficientes.
Portanto, Presidente,
na condição da Presidente da Frente Parlamentar da Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente, aqui nesta Casa Legislativa, também estaremos
propondo uma pauta, uma discussão no que diz respeito ao transporte social para
crianças com deficiência.
A nossa fala, nesta
ocasião, é para trazer a nossa parabenização ao nosso colega de Bancada, Ver.
Paulo Brum, pela iniciativa de conceder a homenagem do Troféu Câmara Municipal
de Porto Alegre à AACD. Obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Cumprida a Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h39min.)
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